Era 2019, e as ruas ferviam com o cheiro de esperança patriótica, bandeiras tremulando como asas de águias em voo rasante. Milhões bradavam contra a corrupção, pela família, pela pátria, um rugido que ecoava de Brasília ao Oiapoque. Mas devagar, como o veneno que se infiltra gota a gota, a reação do sistema começava. Não com tanques nas avenidas, mas com teclas de teclado e canetas de relator. Alexandre de Moraes, o ministro que se ergueu como um colosso judicial, tecendo uma teia de inquéritos que mais parecem redes de arrastão, transformou o Brasil num presídio de mordaça. Hoje, em novembro de 2025, os brasileiros não gritam mais, sussurram, se tanto. As redes sociais, outrora arenas de debate aceso livre, viraram pátios de recreio vigiados, onde um post errado pode render buscas e apreensões e bloqueio de redes sociais. E o pior, esse cala-boca não caiu do céu, foi construído tijolo por tijolo, normalizando o absurdo até que a impunidade reinasse suprema, como um rei sem coroa...