O politicamente correto como ferramenta de controle da esquerda da liberdade de expressão - Por Gesiel Oliveira.
O adjetivo 'politicamente correto' é um neologismo bastante usado hodiernamente para descrever linguagens ou ações que devem ser evitadas por serem vistas socialmente como 'excludentes' ou 'ofensivas'. Em tese, o politicamente correto defende a censura de idéias que marginalizam ou insultam grupos de pessoas tidos como desfavorecidos ou discriminados, especialmente grupos definidos por gênero, raça ou preferências sexuais, mas isso é apenas o pretexto para criar uma política de freios e contenção a liberdade de expressão. No entanto, ao defender a censura de idéias consideradas "ofensivas", o politicamente correto nada mais é do que uma ferramenta criada para intimidar e restringir a liberdade de expressão especialmente por governos de viés esquerdista.
Ao proibir a livre manifestação de idéias a respeito de uma miríade de assuntos, o politicamente correto funciona como uma linha de montagem mecanizada, cujo objetivo é padronizar e homogeneizar as ideias dos indivíduos, fazendo-os pensar e agir sempre de modo uniforme, e por outro lado “satanizando” quem discorda desse pensamento tido como socialmente aceitável e palatável. Assim discordar da ideologia de gênero é politicamente incorreto, mesmo que seu filho tenha uma base cristã. Não apoiar o movimento de preservação ambiental integral é politicamente incorreto, mesmo que para isso o Município de Laranjal do Jari com sua população pobre não possa usar 95% de suas terras ricas em minerio, solo e vegetação que permanecem integralmente protegidas e intocáveis por lei ambientais formuladas em salas refrigeradas em Brasília com assessoria de ONG's ambientalistas. Para o politicamente correto, um debate aberto e sem censura, além de ofensivo para as minorias, é também subversivo, reacionário, inflamatório e gerador de discórdias, devendo por isso ser censurado.
A bola da vez são os evangélicos que logo são rotulados de fanáticos, radicais e ridículos por seus expressarem suas convicções ideológicas, filosóficas e religiosas. Mas isso atenta contra a lógica básica. Contraria a própria liberdade constitucional de expressão. A ideia do politicamente correto surgiu nas academias, antes de vir para as ruas. O debate aberto é algo que, por definição, estimula a análise crítica e impede a uniformidade (e a hegemonia) intelectual. Interessante observar que 85% do Brasil é Cristão, mas em termos ideológicos uma minoria, que arvorou para si ditar o rumo do pensamento das massas, direcionou ao longo de anos um estereótipo cognitivo carregado de marxismo ideológico que favorece, mais que isso, enaltece e coloca em um patamar superior certas minorias.
Quebrar com a visão do “politicamente correto” não é favorecer o preconceito ou exclusão, é simplesmente passar a ver as cosias como elas são, sem a capa distorcida e academicamente forjada do que se deve a todo custo evitar para não paracer socialmente inadequado. A ideia principal é exatamente ridicularizar e aviltar quem fuja do padrão. O debate aberto e sem censura evita a predominância do chamado "pensamento de manada", garantindo assim uma voz exatamente para os grupos mais marginalizados e excluídos — os quais, em tese, são o alvo da preocupação do politicamente correto. Se o indivíduo não mais tiver a liberdade de falar o que pensa, ele não mais será capaz de pensar. Como bem disse o psicólogo Jordan Peterson, a liberdade de expressão é suprema e está acima do "direito" de alguém de não se sentir ofendido. Com efeito, não há na nossa constituição o "direito de não se sentir ofendido" simplesmente porque isso, caso realmente fosse impingido, levaria à extinção do próprio pensamento: o ser humano, por ser capaz de pensar, sempre poderá soar ofensivo a alguém.
Querer proibir a expressão do pensamento significa proibir o próprio ato de pensar. O politicamente correto acaba criando uma espécie de noção tresloucada decriminalização de pensamento. Mas não existe no Brasil o chamado “delito de opinião”, vulgarmente, como viés do pensamento democrático, que seria atribuir ao verbo, falado ou escrito, um ato digno de punição, exatamente por conta da liberdade de expressão. No final, o que temos hoje é apenas uma defesa simétrica da liberdade de expressão: só é lícito aquilo que me agrada. Aquilo que me ofende deve ser proibido, essa ideia de criar um Maniqueísmo ideológico coloca o politicamente correto em uma bolha de proteção intelectual intocável. Só que defender a liberdade de expressão de minhas idéias não é mérito nenhum. Tampouco representa qualquer utilidade social.
O verdadeiro mérito está em defender a liberdade de expressão daqueles que nos ofendem profundamente, e então vencê-los no debate por meio da razão. A censura prévia é simplesmente o método a que recorrem os intelectualmente incapazes. No geral, se você é de esquerda e defende censura e punição àquilo que você considera "discurso de ódio da direita", você está apenas defendendo o privilégio da sua seita de abolir a expressão das idéias alheias. E vice-versa. A universalidade da liberdade de expressão não existe para proteger aquilo que nos agrada, mas sim para proteger da censura aquilo que nos ofende. Caso cedamos ao encanto de censurar aquilo que nos desagrada, em vez de criarmos uma plataforma que estimule o desenvolvimento do indivíduo por meio do raciocínio lógico, do questionamento e dos diálogos estimulantes, estaremos apenas criando robôs com pensamentos padronizados e homogeneizados. Abrir a Caixa de Pandora da censura pode acabar estimulando outros grupos a fazerem exatamente o mesmo, acabando assim com a liberdade geral de expressão e com toda a nossa capacidade de debate baseado na razão. Com efeito, estaremos atacando a nossa própria capacidade de raciocínio. Não há mágica: o livre intercâmbio de informações e idéias é crucial para o progresso de uma sociedade livre. Por isso, toda a forma de "polícia do pensamento" deve ser abolida.
Por fim, um teste: alguns países europeus fortemente influenciados pelo globalismo da ONU, como a Alemanha, Bélgica, Holanda e outros, transformaram em crime o "discurso de ódio" (hate speech) que se aplica inclusive na internet. Na prática, as mídias sociais (Google, Facebook, WhatsApp e Twitter) serão severamente multadas caso permitam que seus usuários façam "discursos de ódio" em suas plataformas. Mas o conceito é amplo e deixa a cargo de quem essa análise do que é e do que não é discurso de odeio? Por uma questão de lógica inversa, isso também implica que agora é ilegal odiar Hitler, Stalin, Mussolini e o Holocausto na internet. Mas o ódio aos símbolos do cristianismo estimulados em livros satanista de Marx como “Oulanem” são socialmente aceitos nos círculos acadêmicos sem que isso caracterize discurso de ódio. Também significa que o marxismo — que fomenta o ódio dos assalariados aos capitalistas, estimulando o assassinato de capitalistas, e que na prática já matou mais de 100 milhões de seres no nosso planeta— deveria se tornar ilegal. Você acha isso correto? Você apóia o politicamente coreto?
Ali onde você afirma que 85% dos brasileiros são cristãos ficaria bem mais transparente se houvesse a citação de uma fonte confiável. E a charge "mexendo" com ateus não foi legal. Afinal, não é justamente o fato de "satanizarem" evangélicos que incomoda você? Então. "Demonizando" ateus você está fazendo o mesmo que as pessoas a quem condena.
ResponderExcluir