O início da
revolta
Em dezembro de 2010 um jovem desempregado tunisiano, chamado de Mohamed Bouazizi, ateou
fogo ao próprio corpo como manifestação contra as condições de vida no país,
depois de ter a sua barraquinha de frutas confiscada pelo Governo. Ele não
sabia, mas o ato desesperado, que terminou com a própria morte, seria o pontapé
inicial do que viria a ser chamado mais tarde de Primavera Árabe. Protestos se
espalharam pela Tunísia, levando o presidente Zine el-Abdine
Ben Ali a fugir para a Arábia Saudita apenas dez dias depois. Ben
Ali estava no poder desde novembro de 1987
Quase um ano após o início dos protestos no Oriente Médio, o Egito
realiza as primeiras eleições livres de sua história. Porém, enquanto
os egípcios dão o primeiro passo rumo à democracia, as revoltas
continuam em países como a Síria, onde a repressão fez milhares de
vítimas, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas)
Direto ao ponto:
Até agora, a “primavera árabe” derrubou três ditadores, na Tunísia, no Egito e na Líbia. Em outros países, como Jordânia, Bahrein, Iêmen e Síria, manifestações populares levaram ao anúncio de reformas ou violentas reações do Estado.
Nações árabes, tradicionalmente, são governadas por monarquias
absolutistas, ditaduras militares ou teocracias, que controlam algumas
das maiores reservas de petróleo do planeta. Os protestos pró-democracia
se espalharam pelo Norte da África e Oriente Médio, em razão da alta do
preço dos alimentos, do desemprego e da insatisfação de uma geração
jovem com a falta de liberdade.
A primeira queda de um ditador aconteceu na Tunísia,
em 14 de janeiro de 2011. O presidente Zine El Abidine Ben Ali
renunciou depois de 23 anos no cargo. Em 23 de outubro foi eleita a
Assembleia Nacional Constituinte, na primeira eleição livre ocorrida no
país.
Na Líbia, Muammar Gaddafi
foi expulso do Palácio por forças rebeldes em agosto, ao final de seis
meses de guerra civil. Dois meses mais tarde, foi capturado e morto
pelos revoltosos. Entre os líderes árabes, era o que estava há mais
tempo no poder – 41 anos.
O Conselho Nacional de Transição (CNT), que assumiu o controle da Líbia, prometeu realizar eleições no prazo de oito meses.
Egito
No Egito, mais influente e populoso país árabe (82 milhões de habitantes), o presidente Hosni Mubarak renunciou em 11 de fevereiro
de 2012, encerrando três décadas de ditadura. Mesmo assim, os protestos
recomeçaram em 19 de novembro, desta vez contra a junta militar que
constituiu o governo provisório. Os manifestantes exigem a transição
para um governo civil.
Na tentativa de conter os levantes, que
já mataram 42 pessoas nas últimas semanas, as eleições parlamentares
foram antecipadas. A votação começou em 28 de novembro e o processo
terminará em 11 de janeiro.
Serão eleitos 498 deputados para a
Assembleia do Povo ou Câmara Baixa do Parlamento. Um terço dos cargos
será preenchido pelos candidatos mais votados, e o restante, eleito pelo
sistema proporcional (por exemplo, se um partido tiver 10% dos votos,
terá direito a ocupar 10% das cadeiras).
A despeito da
precariedade política – os partidos de oposição eram proibidos durante a
ditadura – a população compareceu às urnas para escolher entre 10 mil
candidatos e 40 partidos diferentes. Dados preliminares apontam vitória
da Irmandade Muçulmana, do recém-fundado Partido Liberdade e Justiça
(PLJ).
Se isso se confirmar, grupos fundamentalistas islâmicos,
que venceram também as eleições na Tunísia e no Marrocos, serão a
principal força no cenário político pós-ditatorial no Oriente. O sucesso
eleitoral desses partidos religiosos preocupa sobretudo Israel, devido
ao seu conflito histórico com o mundo islâmico.
Massacre
Em
outros países, revoltas e reformas estão em curso. O caso mais
dramático ocorre na Síria, onde a repressão do governo de Bashar
al-Assad (há 11 anos na Presidência) estaria promovendo o maior massacre
contra opositores do regime desde o começo da “primavera árabe”.
Segundo um relatório da ONU, divulgado no dia 28 de novembro, 3,5 mil
pessoas foram assassinadas, incluindo 256 crianças, e mais de 20 mil
foram presas. A violência afetaria 3 milhões de pessoas na Síria, que
possui 22,5 milhões de habitantes.
O governo estaria impedindo a
população de fugir do país, colocando minas terrestres e soldados
armados nas fronteiras. O relatório conclui que a Síria cometeu crimes
contra a humanidade durante a repressão aos manifestantes, desde março
deste ano.
No começo do mês, o governo sírio firmou um acordo
com a Liga Árabe para o término da repressão, a libertação de presos
políticos e a promoção de reformas políticas. As medidas, contudo, não
entraram em vigor, e aumentaram a pressão internacional e as sanções
contra o governo de al-Assad.
No Iêmen, uma das nações mais
pobres do mundo árabe, o ditador Ali Abdullah Saleh assinou um acordo,
em 23 de novembro, que prevê sua renúncia e eleições livres. Saleh, que
escapou ferido de um atentado em junho, governa há 33 anos.
A
pressão popular também resultou em reformas na Jordânia, anunciadas pelo
rei Abdullah 2º. Já no Bahrein, o rei sunita Hamad al Khalifa resiste
com violência aos opositores da monarquia.
Resumo dos fatos
Desde
de 18 de dezembro de 2010, protestos se espalharam por países do Norte
da África e do Oriente Médio, governados por monarquias e ditaduras. Os
manifestantes pedem reformas políticas e a renúncia de tiranos que detêm
o poder há décadas.
Desde então, três ditadores deixaram o
cargo, na Tunísia, no Egito e na Líbia. Em outros países, os protestos
continuam, levando os governos a promoverem reformas ou reprimirem a
população com violência, como acontece na Síria.
No Egito, uma
junta militar sucedeu o presidente Hosni Mubarak após sua renúncia, em
11 de fevereiro. Para conter novos protestos, os militares convocaram
eleições parlamentares para 28 de novembro. Pesquisas indicam a vitória
da Irmandade Muçulmana, do recém-fundado Partido Liberdade e Justiça
(PLJ), confirmando uma tendência nos países árabes pós-ditaduras.
Na Síria, por outro lado, o governo de Bashar al-Assad comanda a
repressão mais violenta na região. Segundo um relatório da ONU, 3,5 mil
pessoas foram assassinadas pelo regime, incluindo 256 crianças, e mais
de 20 mil foram presas
Muito interesante as aulas, com facilidade de linguagem e resumo. Não preciso ler 5 livros para entender o que é realmente nescessário para o concurso. Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom o resumo. Está agradável de ler, de fácil compreensão e tem o essencial para as provas. Parabéns! :)
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