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Não dá para ignorar esse cadáver - Por Gesiel Oliveira.

 

Clériston da Cunha, sua esposa e suas duas filhas.

Na narrativa multifacetada da mitologia grega, os deuses, imortais e caprichosos, regiam o destino humano com seus caprichos insensatos. Entretanto, no cenário terreno e contemporâneo, os seres de toga, ocupantes do "olimpo tupiniquim", demonstram uma teatralidade que, se não fosse trágica, seria cômica. Em um dos episódios recentes do palco judiciário brasileiro, a trama se desenrola com a omissão espetacular do Ministro Alexandre de Moraes e do Supremo Tribunal Federal. O desfecho? A morte de Clériston da Cunha, no cárcere frio da Papuda.

 

Oh, como as ironias do destino ecoam entre os mármores do STF! Enquanto as vozes da justiça ecoam com fervor nas decisões passadas, ecoa também o silêncio ensurdecedor diante da tragédia que poderia ter sido evitada. Afinal, como não lembrar das decisões anteriores do próprio Tribunal que clamavam por respeito à vida e à dignidade humana? A hipocrisia impera onde o poder ilimitado aumenta. Não temos mais uma constituição federal, mas onze, que podem mudar a depender do humor de como amanhece de cada um dos "deuses do olimpo tupiniquim".  Assim como na mitologia, onde o destino era selado entre risos divinos, neste teatro da modernidade, as contradições se entrelaçam. Decisões contraditórias que refletem a incoerência dos vereditos passados do STF, que ora exaltavam a importância dos direitos fundamentais, ora parecem esquecê-los em gavetas empoeiradas.

 

Enquanto a família de Clériston enlutada pranteava seu ente querido, em outro plano "superior e indiferente a dor e clamor", assistimos a uma surreal celebração funesta: Lula, o retórico habilidoso imperador da nova "democracia relativa do amor", condecorava com a medalha Barão do Rio Branco Janja e Alexandre de Moraes, por serviços "excepcionais" prestados à República. Ah, que espetáculo para pisotear a dignidade brasileira! Enquanto o luto se instalava, os louros das "honras supremas" eram tecidos em salões requintados, longe da sombria realidade do povo patriota abandonado nos presídios da papuda e da colmeia. Parece que, para alguns, a justiça é uma comédia de máscaras, onde a tragédia humana é apenas um detalhe menor.

 

A morte de Cleriston Pereira da Cunha, um dos presos políticos do 8 de janeiro, na penitenciária da Papuda, em Brasília, é um fato que deveria chocar e indignar a todos os brasileiros que prezam pela democracia, pela justiça e pelos direitos humanos. No entanto, o que se vê é um silêncio ensurdecedor por parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que se omitem diante das arbitrariedades e dos excessos cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes, o algoz dos patriotas que ousaram protestar.

A morte de Cunha é mais um capítulo trágico da perseguição política que o ministro Alexandre de Moraes vem promovendo contra os dissidentes do regime lulista, usando como instrumento os inquéritos inconstitucionais abertos pelo próprio STF, sem a participação do Ministério Público, que é o órgão responsável pela investigação e pela acusação criminal no país. Moraes se tornou o juiz, o acusador e o carrasco dos patriotas e até assistente de acusação, violando os princípios do devido processo legal, da presunção de inocência, da imparcialidade, da proporcionalidade e da dignidade da pessoa humana.

 

O que mais impressiona é a indiferença dos demais ministros do STF, que assistem passivamente às arbitrariedades de Moraes, sem esboçar nenhuma reação ou crítica. Parece que o STF se tornou um tribunal de exceção, que julga e condena os “inimigos do poder”, sem respeitar as garantias constitucionais e os direitos fundamentais. Onde estão os guardiões da Constituição, que deveriam zelar pela democracia, pela justiça e pelos direitos humanos? Onde está a voz dos ministros que se dizem “defensores da liberdade de expressão”, da manifestação pacífica, da democracia e do contraditório e da ampla defesa? Onde está a sensibilidade dos ministros que se comovem com os presos comuns do tráfico de entorpecentes, mas se calam diante dos presos políticos?

 

A morte de Cleriston da Cunha é um grito de alerta para a sociedade brasileira, que não pode se calar diante dos abusos e dos excessos cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes, que se tornou uma ameaça à democracia, à justiça e aos direitos humanos. É preciso que o Congresso Nacional, o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil, as entidades da sociedade civil e os cidadãos de bem se mobilizem para exigir o fim desses inquéritos inconstitucionais, a libertação dos presos políticos, a responsabilização dos culpados pela morte de Cunha e o impeachment de Moraes, que já demonstrou não ter condições morais, éticas e jurídicas para ocupar uma cadeira no STF, muito menos para conduzir inquéritos arbitrários mantidos a ferro e fogo. A democracia, a liberdade, a justiça e os direitos humanos não podem mais esperar.

 

Onde está a justiça do nosso país? Na Constituição Federal? Na lei? Certamente não! A quem podemos recorrer quando o processo já começa na última instância? E como se defender quando quem acusa é vítima, juiz, delegado, executor da sentença e última instância a se recorrer? Como se defender se os autos não estão disponíveis aos próprios advogados? E como os advogados defenderão se são calados sumariamente por força de um regimento interno que tomou uma posição anômala com mais força que a própria a própria Constituição Federal? O Brasil está de cabeça para baixo. Tirar das mãos dos ministros a capacidade decidir monocraticamente é dar um duro golpe na maior máquina de gerar arbitrariedades do Brasil atual. Imagine que uma lei federal aprovada por 513 deputados, legítimos representantes do povo, escolhidos pelo voto direto, em dois turnos, sancionado pelo presidente da república, e após tudo isso, essa lei pode simplesmente ser declarada inconstitucional por decisão liminar de um só ministro. Isso não é democrático! Essa é a fonte de tantas arbitrariedades, não é à toa que os ministros da suprema corte estão criticando ferozmente a PEC que limita os poderes das decisões monocráticas do STF.

 

Os ministros, sempre os mesmos, não se limitam mais a prender inocentes, mas abusam de libertar culpados. Veja o caso da "Dama do Tráfico", condenada a 10 anos, sem tornozeleira eletrônica e livre e solta em Brasília, palestrando, reunindo no Ministério da Justiça e visitando os gabinetes com passagens aéreas e hospedagem pagas pelo ministério dos direitos humanos. De outro lado, um cidadão foi condenado a 17 anos, em regime fechado, e mesmo quando o ministro Alexandre de Moraes identificou o seu erro, mesmo assim, manteve a pena. Inacreditável! E agora outro cidadão preso há mais de 10 meses sem provas, arbitrariamente, vem a morrer! Agora há um cadáver no caminho dos “deuses do olimpo tupiniquim” e que apesar deles tentarem ignorar, é impossível impedir as reações da população brasileira nas redes sociais e nas ruas. Não há mais limites para arbitrariedades e abusos desse "povo jactante do olimpo". Estamos em uma terra sem lei!


São inquéritos abertos de ofício, ignorando o ministério público e OAB. O inquérito do fim do mundo é igual "Bombril" tem mil e uma utilidade. Cabe todos, basta uma crítica, basta uma manifestação contrária aos "deuses do olimpo tupiniquim" em redes sociais para ser declarado "golpista", "apoiador de atos antidemocráticos", "terrorista", ou outros termos pejorativos destruidores de humanidade e demolidores da empatia.


A desumanização de quem apoia outra corrente ideológica que não seja o “esquerdismo” no Brasil é uma tática antiga socialista para tornar a população insensível a qualquer arbitrariedade praticada contra quem assim procede. Hitler afirmava que os judeus não possuíam alma, e o resultado foi o holocausto de 6 milhões de judeus. O líder soviético Joseph Stalin rotulou seus oponentes políticos como "inimigos do povo" e os retratou como “traidores da pátria”, e o resultado foram execuções em massa, contribuindo para dizimar mais de 20 milhões de opositores, além de jogar muitos deles em campos de trabalho forçado (os Gulags) nos quais milhões de pessoas perderam suas vidas. Idi Amin, ex-ditador de Uganda, desumanizou grupos étnicos, como os ugandenses de origem asiática, referindo-se a eles como "inimigos da nação" e conduzindo expulsões em massa e execuções, causando a morte de mais de 300.000 mil de pessoas na Uganda.


O líder cambojano Pol Pot e seu regime do Khmer Vermelho desumanizaram aqueles que eram considerados intelectuais, conservadores, religiosos ou ligados ao antigo governo, rotulando-os como “inimigos do comunismo”. Isso resultou em execuções em massa, trabalhos forçados e genocídio, causando a morte de aproximadamente 1,7 milhão de pessoas no Camboja. Mao Tsé-Tung, durante a revolução cultural na China em 1949, desumanizou aqueles que discordavam do Partido Comunista, rotulando-os como "inimigos do socialismo". Mais de 20 milhões de pessoas foram perseguidas, torturadas, presas e mortas, em um período de intensa repressão política. A desumanização é o prelúdio sombrio de toda atrocidade, onde a empatia sucumbe diante da intolerância. E a bola da vez em se tratando de desumanização são os “bolsonaristas”.

 

O pior crime da atualidade no “Novo Brasil do amor” não é tráfico de drogas, nem estupro, nem latrocínio, nem sequestro, nem feminicídio, o pior crime é ser “bolsonarista” e criticar os "detentores da mais absoluta verdade, donos da democracia e da liberdade". Para esse crime não há fiança, não há defesa e nem recursos. E ai daqueles que se atreverem a contestar isso! A arrogância dessa elite encastelada em um castelo de areia vive em uma “bolha”, que ignorou a súplica e clamor de um cidadão brasileiro que tinha problemas cardíacos e o que levou a morte. Era um pai de família, trabalhador e ficha limpa, que foi ignorado depois de 8 pedidos de liberdade negados, mesmo que a urgência estivesse comprovada em laudos médicos de tratamento de saúde e da necessidade de acompanhamento médico urgente. "Não importa, era só mais um bolsonarista!", é o que a cegueira ideológica da estúpida rotulação esquerdista da grande mídia propala, porque infelizmente para boa parte da imprensa brasileira, a verdade é apenas uma questão do quanto você pode pagar. Esse é o resultado funesto de uma nação sequestrada por uma ideologia nesse novo mundo sombrio e bipolar que emergiu recentemente no Brasil sob a égide da "democracia relativa do amor". A história nos adverte que o preço da liberdade é a constante vigilância contra o avanço do totalitarismo, pois esse não recua sem forte resistência. Quando a esquerda perde uma eleição, ela tenta destruir o país. Quando ganha, consegue! Que Deus tenha misericórdia da nossa nação!


Gesiel de Souza Oliveira, Tem 45 anos, é casado, pai de 3 filhos, Amapaense, Palestrante, Oficial de Justiça do Tribunal de Justiça do Amapá, Pós-graduado em Docência e Ensino Superior, Pós Graduado em Direito Constitucional, Professor de Geopolítica Mundial, Geógrafo, Bacharel em Direito, Escritor, Teólogo, Pastor Evangélico, Professor de Direito Penal e Processo Penal, Fundador e Presidente Internacional da APEBE – Aliança Pró-Evangélicos do Brasil e Exterior.

 

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