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domingo, 29 de novembro de 2015

Nossa jornada (Por Gesiel de Souza Oliveira)

No soluço solitário da incerteza dessa jornada
Peço a Deus que me dê força pra prosseguir nessa estrada
Chorando e andando sem para trás olhar
O caminho é para frente, é pra lá que vou andar
Os temores e lembranças dos fracassos logo tentam me parar
Mas não olho para os lados, fecho meus ouvidos e sigo a caminhar
Nas beiras dessa estrada pedregosa por onde trilhei
Muitas flores de esperança foram regadas pela lágrimas que derramei
Quando os pássaros pararem de cantar
Quando o vento parar de soprar
Quando a poeira do meu rosto desse caminho
Se misturar as lágrimas e cicatrizes dos espinhos
Quando o sol se pôr e a escuridão chegar
Quando o meu grito solitário ninguem puder escutar
Saberei que é no silencio que Ele está a me ensinar
Pois essa dura jornada não veio pra me fazer morrer
Pelo contrário, veio para me fortalecer e me ensinar a sobreviver
Por mais escura que seja a noite sem luar
Ela não impedirá o fulgência de um novo raiar
Prossiga sonhando, persistindo e lutando sem murmurar
Porque falta pouco para o teu sonho alcançar.
E lá no final da estrada quando para trás olhar
Verás as marcas duplas das pegadas do teu caminhar
E compreenderás que nunca estivestes só carregando tua cruz
Ele sempre esteve ao teu lado, Seu nome é JESUS.
(Pr Gesiel Oliveira).


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Seja paciente (Por Gesiel Oliveira)

Sabe aquele momento em que você tem um choque de realidade proporcionado pelas lições da vida? Hoje tive essa experiência e tive a oportunidade de filmar tudo. Ainda no início da manhã, na hora do maior movimento. Aquele momento em que você quer que tudo corra na velocidade da sua pressa para não se atrasar em deixar os filhos na escola, para não se atrasar em chegar ao trabalho. Pois bem, eu extraí mais uma lição importante da vida. Eu estava indo deixar meus 3 filhos na escola. Parei atrás de um ônibus. Esperei por cerca de um minuto, e o ônibus não se movia. Bastou menos de um minuto para a impaciência surgir. Comecei a buzinar. E aí veio o "tapa" da vida. Um "nó" na minha garganta que não desceu. Assista o vídeo e compreenda o que eu quero dizer. Louvado seja Deus que me permite extrair lições de cada detalhe na jornada dessa vida. A realidade é que nós esperamos que tudo e todos que nos cercam também andem mais depressa. Qualquer ritmo mais lento nos deixa exasperados. Sofremos da doença da pressa chamada de "impaciência". Aprendi com essa lição de hoje, que sem paciência não podemos aprender as lições que a vida quer nos ensinar, e assim não conseguimos amadurecer. Permanecemos naquele estágio de "bebês irritadiços", incapazes de adiar as vontades passageiras se não estiverem imediatamente de acordo com a nossa vontade e na velocidade da nossa pressa. Isso nos torna incapazes de compreender as necessidades e limitações alheias. A impaciência é egoísta e essencialmente esvaziada de uma visão humanista e mais ampla que compreenda a velocidade normal das coisas na vida em nossa volta . Se quisermos viver de forma mais completa e intensa, e não fazendo tudo às carreiras, é fundamental praticarmos a paciência. Hoje aprendi uma lição, onde a vida me chamou a atenção de forma impactante, dizendo claramente pra mim: SEJA PACIENTE!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A mortandade de peixes no Rio Araguari e as possíveis causas (Por Gesiel de Souza Oliveira, Geógrafo, escritor e especialista em Geografia do Amapá).

O Rio Araguari é o maior rio genuinamente amapaense, pois tem sua nascente na Serra Lombarda, noroeste do Estado, e atravessa vários Municípios, como as cidades de Porto Grande (cujos primeiros habitantes chegaram por ele), Ferreira Gomes e Cutias do Araguari. É um rio historicamente vinculado à origem daquele povo. O Araguari deságua no oceano Atlântico, na fronteira entre os municípios de Amapá e Cutias do Araguari, e formava até pouco tempo ondas gigantescas que davam origem a pororoca pelo encontro das águas doces do Araguari com as águas salgadas do Oceano Atlântico, ativadas pela força gravitacional da lua sobre a Terra e pela consequente variação das força da maré. Pois bem, hoje eu não quero falar sobre a vazão do Araguari, nem sobre os terríveis impactos ambientais provocados pela bubalinocultura ou pelo assoreamento. A situação é cada vez mais complexa neste rio. Os efeitos da antropização agora atingem a ictiofauna (fauna aquática). E esse recente problema ambiental atinge o Amapá de um forma avassaladora. Hoje (13.11.15) ocorreu a terceira grande mortandade de peixes que apareceram boiando em frente à orla de Ferreira Gomes. Com uma diferença, a quantidade de peixe mortos dessa vez foi maior que todas as outras vezes. O aparecimento de peixes mortos no leito do Rio Araguari vem preocupando pescadores, moradores do município de Ferreira Gomes, distante 137 quilômetros de Macapá. Desde a implantação do projeto de construção de uma hidrelétrica próxima a Ferreira Gomes, os peixes mortos vem aparecendo no rio, e isso só é constatado no início das manhãs, em um trecho próximo ao Município de Ferreira Gomes, o que nos ajuda a dar uma dica sobre as reais motivações, apesar de não podermos ainda atribuir a culpa exclusivamente a nenhum causador, pois os laudos definitivos ainda não foram concluídos. A mortandade já foi alvo de protestos contra a empresa executora da obra e alvo de investigação por parte do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial (Imap) desde setembro de 2014 quando ocorreu a primeira mortandade de peixes semelhante a essa.

Moradores relatam que a cada vez que isso acontece, os peixes aparecem mortos em quantidades maiores. O mau cheiro e a presença de urubus são constantes na orla da cidade sempre que isso acontece. Há uma preocupação generalizada quanto ao consumo de peixes provenientes do Rio Araguari, em razão das dúvidas quanto às causas, e isso tem impactado profundamente a pesca artesanal nessa região. Os pescadores são os mais atingidos diretamente, e os efeitos secundários atingem a economia municipal local e tem provocado muitos questionamentos e preocupações por parte dos munícipes da região atingida.

A empresa Ferreira Gomes Energia, responsável pela construção da hidrelétrica, tem sistematicamente alegado que o problema nada tem a ver com a construção da barragem. Sabe-se que a construção de hidrelétricas afeta o ciclo de reprodução natural de muitas espécies de peixes, pois na piracema as espécies costumam subir rio acima para a desova e reprodução. A construção da barragem atrapalha esse processo natural. A usina tem recomendação legal para não acionar as turbina acima do limite permitido, especialmente durante o período de reprodução dos peixes, no qual cardumes gigantescos sobem o rio para se reproduzirem. Se isso ocorre, é comum termos o que chamamos tecnicamente de “barotruma”. O rápido crescimento populacional humano que estamos vivendo na atualidade traz consigo um enorme apetite por recursos para se sustentar. A produção energética é um desses desafios ao crescimento sustentável. A crescente demanda por energia tem gerado grandes investimentos no setor hidrelétrico. As usinas hidrelétricas podem causar diversos impactos ao meio ambiente, desde aumento do volume d'água antes da barragem, até o rebaixamento do nível do rio depois da barragem. Dentre tantos impactos ambientais, um dos mais severos é a mortandade de peixes pela passagem próximo às turbinas ou quando as comportas são abertas, provocando um impacto que provoca eviscerações ou lesões internas letais nos peixes. É semelhante ao efeito provocado pelo detonação de uma bomba, ao que chamamos de "barotraumas". As variações de pressão a que esses peixes se submetem nessas circunstâncias, podem gerar barotraumas (como exoftalmia -olhos saltados) condição caracterizada por uma protuberância para fora da órbita do olho do peixe, é geralmente causada pela submissão à altas cargas de pressão ou variação de condições da temperatura na água; eversão (destruição) do estômago e intestino, embolia, etc.). É comum também nessas situações a embolia em peixes, provocados pelo turbilhonamento da água despejada em grande quantidades pela abertura de grandes comportas das hidrelétricas. A embolia acontece quando o sistema sanguíneo e pulmonar ficam obstruídos por coágulos decorrentes de bolhas de ar excessivas no ambiente aquáticos, provocando um processo de asfixia irreversível e fatal. Há uma baixa quantidade de informação sobre o assunto, principalmente quando se trata do conhecimento relativo à espécies e usinas hidrelétricas na Amazônia, onde os impactos podem ser ainda mais devastadores. Em muitos casos quando há o acionamento das turbinas e o descumprimento da orientação ambiental, provocam a morte de peixes em grande quantidade, e normalmente isso acontece próximo a barragem. Hoje o problema voltou a acontecer no Rio Araguari, com o aparecimento de peixes mortos no local próximo a obra da barragem, e o IMAP alegou que constantes exames foram feitos e descartam a hipóteses de contaminação da água.

Há também alguns pescadores que desconfiam que produtos químicos tenham sido jogados pela hidrelétrica no leito do rio no processo de lavagem das hidrelétricas, mas nada foi confirmado até o presente momento. Há também relatos de funcionários da empresa que informaram que foi feita uma limpeza (dentro da hidrelétrica) em agosto com sabão em pó, solução de bateria e outros produtos, o que poderia ter provocado esse efeito próximo à barragem. Segundo os moradores das proximidades, as espécies de peixes mais atingidas foram: acari, filhote, piranha, aracu e tucunaré.

Outra causa provável seria o rebaixamento do nível do rio, em decorrência da construção da barragem, o que teria provocado uma variação da temperatura da água do rio, suficiente para provocar a mortandade de muitas espécies aquáticas. Barotrauma, contaminação com substâncias químicas, variação térmica provocada pelo rebaixamento do nível do rio em decorrência da construção da barragem ou causas naturais? Há diversas hipóteses, mas o mistério acerca da mortandade dos peixes continua. Os laudos definitivos dos órgãos ambientais ajudarão a compreender a motivação desse fenômeno, mas pelo que tudo indica, as causas estão ligadas à construção da barragem e o inadequado controle da vazão de sua comportas.

Gesiel de Souza Oliveira 
Geógrafo, Espec em Geografia do Amapá
Twitter: @PrGesiel_

Fotos enviadas por moradores de Ferreira Gomes












terça-feira, 10 de novembro de 2015

A ingratidão não tem memória (Por Gesiel de Souza Oliveira)

Muitas vezes não sabemos reconhecer em forma de gratidão àqueles que nos ajudaram nos momentos em que estávamos atravessando os desertos de nossas vidas. É lamentável que o olhar e espírito altivo tome conta de nós quando Deus nos oportuniza galgar uma posição onde nunca chegaríamos por nosso mero esforço humano. Se Deus nos colocou em uma posição de destaque, reconheça e agradeça a Deus em primeiro lugar, mas além disso, não deixe de reconhecer e de valorizar quem segurou a escada para que você pudesse subir. A ingratidão não tem memória, e por mais inteligente que alguém possa ser, se não tiver humildade, o seu melhor se perde na arrogância. A humildade ainda é a parte mais bela da sabedoria, ainda é a parte mais admirável do sucesso. O orgulho faz desmoronar qualquer outro bom atributo.Quando o "EU" começa a ser usado com mais frequência que o "NÓS", pode ter certeza que a fila vai andar, e quem está atrás vai passar a frente, para se cumprir o que a Bíblia diz em Mt 20.15 "os primeiros serão últimos" e em Tg 4.6 e 10 "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes", "Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará". Ninguém é insubstituível, ninguém e tão grande que não possa aprender um pouco mais. Um espirito altivo afasta de nós a noção de nossa origem. A bajulação nos entropece e infla nosso ego, agiganta esse falso vazio que nos faz sentir maiores, superiores ou mais capacitados. Assim como Deus eleva, Ele abate. E no afã ambicioso de olhar pra cima nessa escada da vida, olhe primeiro para baixo e veja o quanto você já subiu. Não devemos desprezar, nem ofuscar quem confiou em nós. Por isso entendo que a ingratidão é sintoma de uma grande fraqueza, e todas as pessoas ingratas são fracas moral e espiritualmente. A principal característica dos vencedores é a humildade, respeito e obediência, pois não é a arrogância que nos fará maiores, nem a humildade que nos fará menores. (Curta no Face: Frases do Pr Gesiel Oliveira)