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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A triste realidade do agronegócio no Amapá (Por Gesiel de Souza Oliveira, Geógrafo, Bacharel em Direito, Professor de Direito Penal e Oficial de Justiça).

O Estado do Amapá possui uma área de 142.828,521 km², dos quais 72% das terras são destinados a unidades de conservação e terras indígenas (10,5 milhões de hectares). São dezenove Unidades de Conservação que perfazem cerca de 9,29 milhões de hectares, tornando-o o único estado da federação que destinou um percentual tão grande de suas terras para a preservação total ou parcial. Isso quer dizer que temos apenas 28% de terras destinadas ao uso produtivo para fins de expansão urbana, desenvolvimento da agricultura, pecuária, e demais atividades do setor primário e secundário. A proposta inicial seria conseguir um retorno financeiro em razão da preservação de grande parte da floresta, fauna e recursos hídricos, mesmo conhecendo os efeitos no crescimento do agronegócio e na contenção da antropização produtiva. De fato esse retorno financeiro até hoje não ocorreu. Por outro lado nos últimos 15 anos o Amapá passou por um grande processo de urbanização, e hoje (agosto de 2014) conta com uma população estimada em 750.912 habitantes. Esse forte êxodo rural é proveniente de outros Estados, sendo que atualmente cerca de 90% de toda a população estão concentradas nos maiores centros urbanos como Macapá, Santana, Laranjal do Jari e Oiapoque, sendo que 75% vivem só em Macapá e Santana, manifestando um atípico caso de hipertrofia do setor urbano e do setor terciário em razão de ausência de políticas públicas voltadas para o setor primário. No Amapá além do incorrigível problema fundiário, da má distribuição de terras, grilagem e irregularidades fundiárias, temos uma administração que quase nada fez para estimular o agronegócio e a agricultura familiar. No Amapá quase tudo que chega às nossas mesas vem de outros Estados especialmente o Pará e Maranhão. Farinha, açaí, arroz, feijão, legumes, massas, etc. o Amapá ainda vive em pleno século XXI uma verdadeira política de “pacto colonial” onde se exportam produtos primários (minério, principalmente) a baixíssimos preços aos grandes centros urbanos que em troca fornecem bens e produtos manufaturados com um preço muito maior. O resultado disso é que o dinheiro do Amapá não circula aqui, pelo contrário vai enriquecer outros Estados. A realidade é que no Amapá até empresas de mineração estão fechando as portas a exemplo da Zamin, a Ecometals, a Anglo American e sua parceira Cliffs Natural Resources, dentre tantas outras. As poucas que permanecem pagam insignificantes royalties perto dos estratosféricos recursos advindos da venda do minério no mercado internacional. Elas exploram o Estado de forma especulativa e com retorno rápido, pois quase nenhuma permanece. Essa política de dependência, ancorada em uma inércia administrativa tem revelado números estarrecedores. Nos últimos 4 anos mais de 1000 empreendimentos fecharam as portas no Amapá, conforme dados do IBGE e da Junta Comercial. O ritmo de crescimento populacional não para de crescer, proveniente principalmente do Afuá, Breves, Chaves e do Estado do Maranhão. O município de Tartarugalzinho possui a mais alta taxa de fecundidade por mulher no Brasil, o que na prática revela que o Amapá tem produzido algo. O perfil do imigrante que chega ao Estado é de baixa ou nenhuma qualificação profissional, normalmente analfabeto e com poucas perspectivas de crescimento profissional. Isso acaba fortalecendo os bolsões de pobreza, desemprego e agravando ainda mais a situação, já caótica, da habitação, saúde, segurança, educação e demais setores sociais. Do limitado orçamento da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural (que em 2014 foi de R$18.200,00) mais de 60% é destinado ao pagamento de carros, caminhões e transporte. Ou seja, mais da metade do que deveria ser investido em incentivos aos pequenos agricultores é destinado ao pagamento de transporte de “quase nada”, se traduzindo na prática em um grande “elefante branco”, típico cabedal eleitoreiro de funções e cargos de apadrinhados que sugam os parcos recursos em forma de infindáveis contratos de aluguéis de veículos. Nos últimos 15 anos e como consequência lógica dessa falta de uma política agrícola capaz de desenvolver o meio rural, observou-se nesse período uma redução de 30% no número de estabelecimentos agrícolas e em 42% na área total cultivada no Estado, diminuindo a produção dos principais produtos agrícolas entre 40 a 60%. Esse decréscimo produtivo se transforma em uma dependência de importação de outros Estados. Atualmente, mais de 90% dos produtos de origem agrícola e pecuária consumidos no Estado são provenientes de Estados próximos. Se de um lado existe um mercado consumidor interno capaz de absorver uma significativa produção agropecuária e florestal que vem de fora, do outro lado tem-se uma agricultura de subsistência, caracterizada pela adoção de sistemas de produção com baixos padrões tecnológicos e, consequentemente com níveis de produtividade aquém das demandas da população estadual. Os pequenos agricultores gastam excessivamente com deslocamento e transporte. Quase nada sobra para reinvestimento e promoção de crescimento do seu micro negócio, se transmutando na prática em simples manejo de subsistência. Os recursos naturais existentes nos ecossistemas do Amapá apresentam uma grande potencialidade para a exploração sustentada e geração de novos produtos, como frutas nativas, fitoterápicos, pigmentos, cosméticos, repelentes e inseticidas naturais. No entanto os poucos investimentos em pesquisa tem sido desenvolvidos pela EMBRAPA (Governo Federal). Os poucos investidores no agronegócio tem reclamado sempre dos mesmos pontos: rigor na expedição de licenças ambientais, pesada fiscalização, altos impostos, multas e falta de linha de crédito. Como resultado temos um dos mais promissores e potenciais ambientes para desenvolvimento do agronegócio que não avança presa aos grilhões da burocracia, falta de políticas públicas para o setor, falta de apoio, estrutura de produção e escoamento. Pior que não crescer diante da uma inércia administrativa, é o retrocesso que estamos experimentando no agronegócio no nosso Estado. Nossa esperança pode morrer ou recrudescer a partir de 05 de outubro, o destino está em nossas escolhas.

domingo, 24 de agosto de 2014

Raio-x da política amapaense (Por Dr Gesiel de Souza Oliveira)

Infelizmente o Estado tem o governo que merece. Isso que vivemos no Amapá é fruto dessa histórica política da mentalidade da corrupção arraigada, onde os políticos usam de malversação de recursos públicos durante o mandato inteiro para "juntar" e os eleitores para "sugar" durante a campanha eleitoral, de forma que esse ciclo se fecha para quem pretende entrar. E mesmo quando alguém consegue transpor esse hermético sistema, tem de entrar no esquema que mantém a política no Amapá. Uma sistema de retro-alimentação viciada, incurável e hereditária. Um caminho que algumas famílias já conhecem bem os meandros e que há décadas se revezam no poder. Um povo mantido por uma aberrante relação impulsionada pela miséria e troca de favores. Um Estado que agoniza com um passado manchado, um desarticulado presente e um improvável futuro. Órgãos públicos que viram cabedais para pendurar por 4 ou 8 anos agitadores de bandeiras no lugar de técnicos. Cargos que viram cegos propaladores de um crescimento que só se vê bem pintado na propaganda institucional, preocupados em simploriamente manter sua função remunerada a todo custo, mesmo que isso signifique o retrocesso. Gente que viu o Amapá ser aviltado no cenário nacional, gente que em junho foi para as ruas quebrar tudo em protestos contra a corrupção, e que agora está lá na esquina com uma bandeirola de qualquer cor na mão e R$40 no bolso fazendo campanha para os mesmos personagens da velha política amapaense. É um ciclo incurável, incapaz de mudar esse triste, insólito e decadente quadro econômico e social do segundo Estado com o menor PIB e um dos mais pobres do Brasil. Lugar com economia ancorada no contracheque público, onde mais de 1000 empreendimentos foram fechados nos últimos 4 anos, milhares de desempregados congestionam o hipertrofiado setor terciário que concentra mais 80% da população de um Estado sem setor primário e secundário. Empresas que no mundo inteiro são fortes e crescem a todo vapor, como a Coca-cola e a mineradora Zamim, fecharam as portas no Amapá desempregando centenas de amapaenses, dentre tantos outros empreendimento que devido à alta carga tributária e à politica de pagamento antecipado de ICMS, instituído no atual governo, não puderam continuar no Estado. O último hospital construído no Amapá foi feito por Janary Gentil Nunes na década de 50, e de lá pra cá, se fizeram “puxadinhos” e “guaribadas”. A segurança sem orçamento, equipamentos e quadro de pessoal, é uma insegurança decadente. Mas a ânsia, a vontade de assumir um Estado quebrado é forte. Em disputa está a "viúva", o “zumbi”, a "teta" ou tantos outros infinitos sinônimos hilários, alcunhas que sintetizam a atual situação que se tornou esse rincão sofrido, que virou ícone da corrupção para o resto do Brasil. Uma mentalidade de corrupção arraigada e intimamente ligada e fomentada pelos que estão à frente por décadas e décadas. Lugar onde a memória não existe, onde o bom senso não vale mais que um “tiket” combustível ou uma cesta básica, onde técnicos são obrigados a virarem cabos eleitorais, onde o orçamento para propaganda é 10 vezes maior que o destinado à segurança pública, na malograda tentativa de escamotear a inoperância de um "marasmo" administrativo. Dizer que nosso Estado não tem jeito surge até como compreensível para um povo sem força até para sonhar com a mudança. Mas ainda há uma única saída possível, e que está materializada em um papel moeda dentro de sua carteira, chamada de título eleitoral. Exerça seu direito conscientemente. Não troque seu voto por um desejo imediato, para em troca sofrer por mais quatro anos. Não é a política que faz o candidato virar ladrão, mas sim o voto inconsequente que faz o ladrão virar político.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Uma reflexão sobre a morte e a efemeridade da vida. (Por Gesiel de Souza Oliveira)

Como ladrão,sem avisar, a morte chega. Sempre naquela hora em que menos esperamos. Morrer é algo que nem quem vai, nem quem fica estão preparados para compreender. Uma hora estamos entre todos, outra hora estamos distante para sempre de todos. Não há rico, pobre, inteligente, famoso, influente, politico, empresario, trabalhador, mendigo, ninguém escapa desse encontro. Mais cedo ou mais tarde ela virá nos encontrar. Todos nós, alguns vivendo muito ou pouco, de causas naturais, sem culpa ou intencionalmente, mas ela nos encontrará um dia. Você acabou de ser promovido, tem planos para sua carreira, fez uma consignação no contra-cheque para comprar um carro do ano ou a casa dos seus sonhos, precisa fazer algo que deixou pendurado de ontem, pagar um conta, deixar os filhos na escola, e no meio do trajeto da rotina desgastante, em uma tarde ensolarada, MORRE. Como assim? Perguntam atônitos os que ficam. Aí ficam algumas indagações sem respostas: E a promessa de ensinar o filho a andar de bicicleta? A promessa da viagem com esposa? E aquele sorvete com os filhos que foi remarcado por causa da reunião inadiável?. É a morte, ela chegou! De que valeram tantos anos de dedicação ao trabalho árduo? De que valeu acumular tanto dinheiro, fama, influência e poder? 
Há ainda os que escolhem a hora de partir, movidos irracionalmente pela depressão, decepção, desilusão, sem a felicidade que o dinheiro não comprou. Muitas vezes estão cheio de dinheiro mas vazio de felicidade, que é a essência que move nossas vidas. Aí todo mundo sempre faz a mesma pergunta: POR QUE? Como se isso fosse ajudar a explicar alguma coisa, como se a morte tivesse uma causa apenas. Há uma mistura de fatores que deixam mais dúvidas que lembranças nesses casos. Mas a ordem natural das coisas ia tão bem na sua vida: Emprego, relacionamento, amor, casamento, filhos, lar, estabilidade. Em um piscar de olhos tudo se esvai. Num acidente na esquina, num AVC na flor da idade de uma vida sedentária ou não, numa doença que ninguém esperava ou nas mãos de um assaltante. Sempre fazemos a mesma pergunta: "POR QUE"? Morrer é uma interrupção abrupta que nós nunca estaremos prontos para entender. Obriga você a se retirar no melhor da vida sem sequer se despedir de ninguém, sem ter construído a casa dos teus sonhos, sem dar tempo de rever aquele filme que te emociona ao lado de quem você ama. Antes dela chegar você deixou em casa a sandália embaixo da cama, a escova de dente naquele lugar de sempre, e também algumas contas a pagar. Como a vida nos apronta uma pegadinha como essa? Você segue sem saber se vai chegar o seu destino, começa um projeto sem ter a certeza que vai concluí-lo, diz que é feliz, mas esconde a infelicidade atrás de um "sorriso pré-moldado". Malha todo dia e morre numa segunda de manhã. 

Queremos sempre viver bem a vida, mas não temos prioridades. Na correria não conseguimos distinguir trabalho, lazer, tempo pra família. Morrer desfaz a ordem natural dos nossos planos. Morrer é um momento inescapável que marca nossa saída deste plano e petrifica ou não nossas lembranças a partir daí. Quem vive esperando o futuro pra ser feliz, perde a felicidade de cada momento da vida e do presente, preso às amarguras do passado e impedindo a felicidade do amanhã. Não deixe que os traumas do passado lhe impeçam de agarrar as novas oportunidades de ser feliz que a vida lhe dá. Esse é o grande mistério da vida: A capacidade de recomeçar, de se recompor, e seguir adiante depois de cada decepção. O melhor mesmo é fazer agora, é começar agora, ou mesmo recomeçar, pois deixar pra amanhã não tem garantia nenhuma. A vida bem vivida não é aquela orientada pela aparência, dinheiro, aquisições, status social ou nível intelectual, e sim pela busca da paz interior nos pequenos detalhes. Para aproveitar melhor a vida, não espere se dar conta que aquilo que era rotina se transformou em lembrança. 

Por isso viva tudo que há para viver. Deixe marcas. Aí façamos uma pergunta: Será que vamos deixar boas lembranças? Ou simplesmente seremos lembrados como aquele que "já foi tarde". Dessa vida nada podemos levar, mas podemos deixar. Então deixei sementes, sejam elas de alegria, paz, amor, carinho ou dedicação. Deixe boas histórias para seus filhos, parentes e amigos contarem sorrindo aos outros, a seu respeito. Entre tudo isso, nunca deixe de amar, aproveitar cada momento como se fosse o último, deixar boas impressões, apertar a mão do próximo, abraçar, brincar feito moleque, e sorrir, sorrir muito mesmo. Desapegue-se de tudo que pode enegrecer o seu coração e tornar a vida mais pesada do que ela já é. Grafar as lembranças ruins no ferro e as boas lembranças na areia da praia é o que torna muitas vidas vazias, por viverem relembrando o que deveriam esquecer e esquecerem o que deveriam relembrar. O que fica na vida não é o ponto de partida, nem o ponto de chegada, são as sementes que plantamos ao longo caminho. Perdoe! Viva, não apenas exista!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O evangélico não deve se envolver em política? (Por Gesiel de Souza Oliveira)

"Há tempo de orar, há tempo de agir e há tempo de esperar,
estamos no tempo de fazer os dois primeiros e esperar
que as mudanças que sonhamos venham".

O que temos visto nas últimas décadas é um crescimento quantitativo dos evangélicos, mas em termos de expressão e representação, uma estagnação ou até mesmo um retrocesso. Somos muitos (quase 50 milhões de evangélicos no Brasil) mas pouco ou quase nada, em termos de representação legislativa. A grande mídia vem sistematicamente servindo como plataforma para propalar os ideais do liberalismo anticristão, um processo que ganha força a cada dia: o “estereótipo do evangélico alienado da politica”. Isso tem ajudado a explicar porque tanta gente critica a representação na política por parte de membros ou pastores de igrejas em todo o Brasil. Por outro lado, existem mais de 900 projetos de lei tramitando só no âmbito do congresso nacional, que afrontam a igreja, princípios cristãos, família, casamento, liberdade religiosa, de expressão, descriminalização do uso de entorpecentes, aborto, projetos de leis para que a igreja passe a ser fiscalizada pelo MP e TC, minimização dos decibéis dos sons emitidos pelo culto religioso durante o período noturno, cartilhas sobre orientação sexual para crianças da pré-escola, dentre outros. Todos os segmentos sociais possuem representação nas casas de leis, tais como maçons, médicos, advogados, engenheiros, odontólogos, umbandistas, fazendeiros, etc, e mesmo assim continuamos na velha "estória" alimentada pela esquerda liberal, de que é um "acinte um crente falar ou se envolver em política". Essa anacrônica ideia ardilmente alimentada, de que não podemos misturar religião e política, tem seus fundamentos em movimentos contrários a ampliação da representação evangélica no Brasil. A ideia de que todo mundo pode concorrer a um cargo político menos o "crente" ou "pastor", pois não podem se envolver porque isso é "coisa do diabo", porque é "pecado", porque não podemos misturar o "santo com o profano", dentre outros infundados argumentos. A Bíblia mesmo nos recomenda transformar o mundo em nossa volta com base na experiência transformadora que tivemos, é o que se extrai de Romanos 12.2: " não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento". Diz também as Sagradas Escrituras em João 1:5 que "a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela". Dessa forma, compreendemos que a política está desse jeito por causa da nossa histórica omissão, por causa de um sistema corrupto arraigado na mentalidade do brasileiro que vota em troca de favores, cargos, benefícios ou dinheiro. O reino das trevas é construído sobre mentiras, segredos, descaminhos e escuridão. Ele exige a ausência de luz para que sobreviva e se perpetre. Por isso seus asseclas tem difundido o que lhes é mais interessante. Todos as categorias sociais tem representação, mas quando se fala de representação evangélica, logo aparece alguém nos atacando, como se fôssemos "seres espiritualizados", seres "angelicais" alheios às mudanças em nossa volta, desconectados da realidade social e política que nos cerca e que nos oprime por meio de leis elaboradas por segmentos que perseguem a igreja. Pura "baboseira" liberal, barata, marxista e ateia, que só engole quem não conhece as perversas nuances da política anticristã que se alastra pelos corredores de Brasília, insuflado pelas minorias ultra-liberais muito bem representadas no congresso nacional. É tempo de despertar. Há tempo de orar, há tempo de agir e há tempo de esperar, estamos no tempo de fazer os dois primeiros e esperar que as mudanças que sonhamos venham com nossas atitudes no dia 05 de outubro. É tempo de acordar, um despertar cidadão e cristão, cônscios de seus deveres, direitos e do poder do nosso voto. Aos pastores e membros é sempre de bom alvitre que tenham o cuidado de manifestar o seu apoio como cidadão, nunca comprometendo a igreja, pois devemos ter consciência de que os membros tem livre arbítrio. Somos sim livres para votar em quem quisermos, mas também somos conscientes que se fizermos uma escolha errada, teremos mais quatro anos para continuarmos reclamando e sofrendo por causa de um erro do qual fomos alertados. Minha opinião é de que o pastor pode e deve, como orientador de multidões, apoiar quem tiver condições de representar dignamente nosso povo, mas quem digita na urna é o cidadão. Prefiro votar em candidato indicado pelo meu pastor que tenha uma vida digna, respeitável e que possua condições de falar pelo nosso segmento, que votar em alguém que vá representar os interesses de um partido, de um grupo sem compromisso com família, Bíblia e os princípios cristãos e que ao final vá votar contra o nosso povo nos projetos de leis que nos afetem. É um engano ficarmos esperando que as coisas mudem sem que nossas atitudes e nossa mentalidade mudem primeiro, e é o que tenho observado, e que o povo evangélico vem fazendo, mudando a sua mentalidade, dando pouco ouvido a quem não deseja que tenhamos representação, e fazendo a mudança que precisamos para um Brasil melhor.

A vida gira (Por Gesiel de Souza Oliveira)


Não perca a sua paz porque alguém está falando mal de você, lembre-se se que se você está sendo perseguido é porque está avançando. O mal arrogado contra o outro é como bumerangue atirado ao vento, vai com uma velocidade e volta com o dobro dela, contra quem o arremessou. Quando os nossos males forem velhos, os de quem nos perseguem serão novos. É impressionante ver a vida ensinando aqueles que sempre nos perseguiram. A injustiça que hoje é praticada contra nós, amanhã será praticada contra quem a provocou e contra quem se omitiu. A vida gira como uma roda gigante, hoje você está embaixo, e daqui a pouco vai estar em cima. Quem semeia discórdia ceifa solidão. Quem planta maldade colhe ruína. Quem fala dos outros pra nós, vai falar de nós para os outros. Cuidado com aquela pessoa que sempre te diz: “estão falando mal de você!”. A verdade sempre triunfa sobre a mentira, é só esperar, que o tempo se encarrega de revelá-la. Uma mentira repetida muitas vezes não se torna verdade, só a prolonga, cedo ou tarde a verdade vem à tona. A vida gira, as palavras vão e voltam, por isso devemos tomar cuidado ao falar demais, para não deixarmos para nos lembrar de tudo o que no impulso dissemos, quando precisarmos de alguém que achávamos que nunca precisaríamos. Falar imprudentemente, é sofrer consequências que você não pode prever. Por isso vale a dica: pensar e depois falar é sempre melhor que falar e depois pensar. Deus nos deu dois ouvidos e uma boca, num claro sinal que devemos ouvir mais que falar, e quando resolvermos falar, cuidemos para que nossas palavras sejam mais proveitosas que o nosso silêncio.

Lembranças (por Gesiel de Souza Oliveira)


Neste dia dos pais sinto tanto a sua ausência
Você sempre foi e sempre será a minha referência
Há momentos que penso que foi somente um sonho
Mas de repente me encontro tristonho
A melancolia, a saudade misturada à nostalgia
Daqueles momentos que pareciam magia
Aquela mão que sempre segurava a minha
Quando saíamos daquela humilde casinha
Aquela voz grave e ao mesmo tempo carinhosa
Que sempre me ensinava lições bondosas
Aquele cuidado, aquele abraço, aquele olhar
Só me resta na lembrança, e não há como voltar
A limitação financeira nunca impediu nossa felicidade
Porque aquela casinha era sustentada pela vontade
De servir a Deus e viver debaixo de sua unção
Porque sabíamos que ele era nossa provisão
Sinto saudade daquele tempo
Que voou pra longe como o vento
Daquele inesquecível tempo de criança
Ainda vivo na minha lembrança
Feliz dia dos pais Pr Nery Ferreira
Combatestes o bom combate, vencestes a carreira

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Valorize no tempo certo (Por Pr Gesiel de Souza Oliveira)

Reclamamos e dizemos que nossa vida não muda, não melhora, que tudo o que desejamos não dá certo, esquecemos de onde viemos e para onde vamos. Queremos sempre mais e mais. Esquecemos de olhar para baixo, nessa escada longa que subimos. Estamos sempre olhando para cima. Acabamos esquecendo de quem segurou essa escada da nossa vida para que nós pudéssemos subir. Comemos, bebemos, trabalhamos, dormimos e permanecemos a reclamar sem sequer lembrar de quem nos deu a mão no momento em que mais precisávamos. 

Queremos sempre que as coisas mudem para melhor em nossas vidas, mas estamos indiferentes a quem realmente precisa e que sempre esteve perto de nós. Nossa ganância não nos permite mais sentir a dor, sentir a necessidade e as dificuldades dos que nos deram a mão lá no começo de tudo. Temos sempre uma justificativa pronta para retirar a culpa de nossas costas, para fechar os olhos para o que está patente à nossa frente, para nos omitirmos quando poderíamos agir. Esperamos que as coisas mudem, sem que nossas atitudes mudem. Perdemos muito tempo fazendo o dispensável e deixando pra depois o indispensável. Queremos, mas estancamos na vontade. Começamos e paramos constantemente, pois invertemos a ordem de prioridades. 

A ingratidão não tem memória. Quem costuma fazer o bem deve estar disposto a encarar a ingratidão, a falta de reconhecimento e o desprezo, sem perder a sua boa natureza. É interessante que a pessoa que sempre faz o bem, mesmo que sofra uma decepção, não mudará sua natureza, em estar sempre disposto a ajudar. Queremos que as mãos sempre estejam estendidas em nossa direção, mas nos negamos a estender a mão para quem precisa. Não somos capazes de lembrarmos do que comemos ontem, da data do aniversário do nosso filho, de nossos compromissos com a nossa família, de lembrar se aquela pessoa que nos ajudou tem algo para comer, beber ou vestir, mas nunca esquecemos de nenhum detalhe que envolva o nosso dinheiro, créditos, patrimônio, trabalho e outras trivialidades que nos desnorteiam de nossas metas e nos fazem perder a sensibilidade com o próximo. 

A crise de prioridades começa quando passamos a valorizar mais quem não nos valoriza e esquecer de quem sempre se importou conosco. A pior crise de prioridades é valorizar quem nos despreza e desprezar quem sempre nos valorizou. Ficamos parados e anestesiados pelo individualismo, pela falsa ideia que o nosso dinheiro nos proporciona. Deixamos de conversar, interagir, sentir, ver, experimentar, e por fim, de viver. Essa condição leva pra longe de nós um belíssimo sentimento: a empatia, que é aquela sensibilidade que nos permite nos imaginarmos, nos colocarmos no lugar de outra pessoa. Refiro-me à capacidade psicológica de sentir o que sentiria uma outra pessoa, caso estivéssemos na mesma situação vivenciada por ela. A ausência do cultivo desse sentimento nos torna mais insensíveis e vazios a cada dia. Para ao final chegarmos a conclusão de que poderíamos ter feito mais. Trocamos a ordem natural das coisas, supervalorizando o fútil e subvalorizando o imprescindível. Deixamos de participar da vida de quem sempre nos amou, seja por falta de tempo, seja por desorganização, seja pelo individualismo, seja pela ingratidão. E tudo de forma que nem percebemos a “inversão de valores”, a “crise de prioridades”, que nos trazem efeitos permanentes e irretroativos. 

O “estalo” acontece quando nos sobrevém os efeitos de tudo aquilo que plantamos. Normalmente esse “estalo” costuma acontecer tarde demais. Quando queremos aproveitar a vida que passou e não volta mais. Quando olhamos as fotos e percebemos o quanto perdemos dos bons momentos ao lado daquela pessoa. O quanto poderíamos ter feito mais por ela. Mas aí já será tarde demais para fazer o que deveria ter sido feito. Para aproveitar o que deveria ter sido aproveitado. Para viver o que deveria ter sido vivido. Enfim, a verdadeira essência de uma vida feliz e abençoada, reside em saber fazer o bem indistintamente, não nos esquecendo daqueles que nos estenderam a mão no momento em que mais precisamos. A vida é como uma roda gigante, horas estamos lá embaixo, horas estamos lá no alto. A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira. Valorize no tempo certo para que a vida não te obrigue a valorizar no tempo errado.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Memórias de uma outra Macapá (Por Gesiel Oliveira)



A Macapá daquele tempo não me foge da memória
Era pequena, pacata e cheia de histórias
Roupa no varal, chinelo do lado de fora,
A brincadeira sadia não tinha hora
No ônibus do “Seu Daniel”, em vinte minutos eu tudo rodava
Tudo perto, e até mesmo a pé, ninguém cansava
Aquele trapiche Eliezer Levy de madeira
Dos casais de namorados apaixonados olhando as estrelas
O círculo militar e aquela visão linda do Rio Mar
A praça Veiga Cabral e o Roberto Carlos a cantar
O mês de agosto, ensaiávamos inteiro
Todos os jovens do GM se doavam por inteiro
Eram os “Arautos do Setentrião”
Conhecidos por serem o melhor pelotão
Nosso orientador era o Professor 90
Nos desfiles era quase uma lenda
As inúmeras repetições, incansáveis e reiteradas
Nos mínimos detalhes, ele não deixava passar nada
Tinham um só propósito, fazer bonito no 7 de setembro
Naquele dia a cidade parava para o movimento
Crianças com balões e bandeiras nas mãos nos aguardavam
Ao longo da Avenida FAB se aglomeravam
A esperar passar a escola com roupa padronizada
Firmando o passo na cadência sincronizada
Era o ápice da nossa alegria juvenil
Uma dedicação como nunca mais se viu
A Macapá daquele tempo era tranquila
Daquele antigo cinema, daquela fila
A cidade era pequena e todo mundo se conhecia
As sessões no cineminha ninguém perdia
Ninguém reclamava do sol quente, ninguém se queixava do calor.
No retorno passávamos pelo ‘poço do mato’ e matávamos o calor
E pelo Boêmios, pelo campo do Américo, lá no Laguinho.
A molecada já conhecia bem esse caminho
Corria com meus amiguinhos por debaixo da chuva forte
Na poça d´água brincávamos sem que ninguém se importe
Mas tínhamos medo daquela velha senhora solitária
Que morava na Marcílio Dias, senhora autoritária
Ela prometia que um caldo faria,
Se um de nós pegasse algum dia.
Eram tempos inesquecíveis de alegria,
Que hoje só me restam na nostalgia
Dias que na memória ficaram eternizados
Nessas poucas linhas sintetizados
Dias de felicidade, flashes da memória
Que aconteceram e viraram “estória”
Memórias firmes da minha infância
Ainda viva na minha lembrança.