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O Dia do Evangélico no Amapá: um marco de fé, transformação social e esperança.

 


Para entender a importância do Dia do Evangélico, precisamos primeiro entender um pouco da história da mais antiga igreja evangélica do Amapá, a Assembleia de Deus que completou 107 anos de história e impacto social contínuo no Amapá.

 

A trajetória da Assembleia de Deus no Amapá é uma narrativa marcante de fé, dedicação e transformação social. Sua história remonta ao início do século XX, com a chegada dos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg ao Brasil, em 1910. Inspirados por uma visão missionária, fundaram, em Belém do Pará, em 18 de junho de 1911, a Missão da Fé Apostólica, posteriormente renomeada como Assembleia de Deus em 1918.

 

Em terras amapaenses, a igreja deu seus primeiros passos em 1916, com o missionário Climaco Bueno Aza, que trouxe o evangelho através da colportagem. Entretanto, foi em 27 de junho de 1917 que se consolidou oficialmente, com o evangelista José de Matos e um pequeno grupo de seis pessoas, realizando o primeiro culto evangélico em Macapá. Desde então, a Assembleia de Deus se estabeleceu como a primeira igreja evangélica do estado, sendo a quarta fundada no Brasil.

 

A história é pontuada por eventos significativos, como o batismo de Raimunda Paula de Araújo no Natal de 1917, marcando o início do pentecostalismo no Amapá. Ao longos dos anos, sob a lideranças de lideranças visionárias que deixaram um grande legado como os Pastores Deocleciano Cabralzinho de Assis, Vicente Rêgo Barros, Otoniel Alves de Alencar, Oton Miranda de Alencar, a igreja cresceu em número e impacto social. Hoje, liderada pelo Pastor Iaci Pelaes, a Assembleia de Deus continua expandindo suas atividades espirituais e sociais, com templos presentes até mesmo nas áreas mais isoladas do nosso Estado. Outras grandes Assembleias de Deus surgiram a partir desta como a Assembleia de Deus do Avivamento (Pr Luís Fernandes- atual Presidente), CEMEADAP (Pr Lucifrancis Barbosa Tavares- Presidente), Assembleia de Deus Zona Norte (Pr Dimas Leite Rabelo – Presidente) e outras. Além do trabalho evangelístico, a igreja desempenha um papel fundamental na recuperação de dependentes químicos, reintegração de egressos do sistema prisional e fortalecimento dos laços familiares.

 

A origem do Dia do Evangélico no Amapá

 

O Dia do Evangélico no Amapá foi instituído em 2004, com a sanção da Lei Estadual nº 827 pelo então governador Waldez Góes. A lei foi proposta pela deputada Mira Rocha. A motivação para a criação dessa data foi reconhecer e valorizar a contribuição das comunidades evangélicas para a sociedade amapaense, reconhecendo sua história, costumes, músicas e promovendo a liberdade de crença e a manifestação religiosa. Celebrado anualmente no dia 30 de novembro, o Dia do Evangélico é mais do que uma data religiosa: é um reconhecimento ao papel crucial das igrejas evangélicas no desenvolvimento espiritual, social, histórico e cultural do Amapá. Instituído como feriado estadual, o dia é marcado por cultos, eventos musicais e ações comunitárias que envolvem milhares de fiéis.

 

Atualmente, os evangélicos representam cerca de 28% da população amapaense, aproximadamente 241 mil pessoas segundo dados levantados pelo Pr Gesiel de Souza Oliveira, Presidente da APEBE – Aliança Pró-Evangélicos do Brasil e Exterior. A presença de mais de 2 mil templos em todo o estado demonstra a ampla capilaridade dessas igrejas, que alcançam regiões onde serviços essenciais, como saúde e educação, muitas vezes não chegam.

 

Transformação Social nas Regiões mais isoladas

A atuação das igrejas evangélicas vai muito além da pregação. Em comunidades ribeirinhas, aldeias indígenas e distritos afastados, elas são frequentemente a única fonte de apoio espiritual e social. Dados indicam que a presença dessas igrejas contribui significativamente para a redução de suicídios e violência em áreas isoladas.

 

Projetos como o Valorizando Vidas, coordenado por líderes como o pastor Gesiel Oliveira vice presidente da Assembleia de Deus Zona Norte de Macapá, têm combatido diretamente problemas como a depressão entre jovens e adolescentes. Esse trabalho preventivo tem salvado vidas, muitas vezes no último momento, oferecendo uma alternativa de esperança, apoio e recuperação. Há projetos de missões com povos ribeirinhos como a Missão Nova Jerusalém, coordenado pelo Pastor Jaime Nascimento e Pr Job Ferreira, que todos os meses escolhem uma comunidade ribeirinha para realizarem ações com dezenas de missionários voluntários, como evangelismo, ação social e capacitação através do ensino para as populações ribeirinhas. Projetos como Aliança de Esperança, com missão aérea com um avião monomotor, coordenado pelo Pastor Emerson Clayton, que atende mais de 25 aldeias indígenas na região isoladas das Montanhas do Tumucumaque, enfim, são inúmeras ações de apoio aos povos mais carentes e em comunidades isoladas da vasta Amazônia em solo amapaense que são atendidos por essas missões evangélicas fantásticas e quase desconhecidas da maioria da população, porque fazem um intenso e eficaz trabalho silencioso.

 

Impacto nas Tribos Indígenas

Entre as tribos indígenas do Amapá, a presença missionária da Assembleia de Deus tem sido transformadora. Após o evangelismo e apoio das missões, os índices de suicídios nessas comunidades decresceram muito. Ao contrário do que se imagina, as missões não promovem aculturação e etnocídio cultural, graças ao trabalho respeitoso e culturalmente sensível das missões evangélicas, a própria cultura tem se mantido intacta, e suas línguas vem sendo preservadas, catalogadas, escritas e ensinadas para as outras gerações para garantir o registro histórico e cultural desses povos, respeitando seus costumes e sua ancestralidade. Nas aldeias há plena liberdade de escolha, então há índios que vem para igreja, outros não vem, há plena liberdade para escolher vir, permanecer e sair em qualquer credo religioso que os índios optem, sempre preservando sua cultura e costumes.

 

Reconhecimento e Expansão

O Dia do Evangélico é, portanto, uma celebração dessa obra inestimável. Ele simboliza o compromisso de igrejas como a Assembleia de Deus em levar assistência espiritual e social às populações mais desassistidas, contribuindo para o fortalecimento de valores cristãos e comunitários.

 

De ações sociais em creches e hospitais a projetos de capacitação e assistência jurídica, os evangélicos têm mostrado que seu trabalho não apenas preenche lacunas deixadas pelo Estado, mas transforma vidas e comunidades inteiras. É um legado de fé e ação que continua a moldar positivamente o futuro do Amapá.

 

No Amapá, o Dia do Evangélico é mais que uma data comemorativa no calendário oficial. Celebra-se, em 30 de outubro, um movimento que transcende os templos religiosos e transforma a realidade de milhares de pessoas em um dos estados mais desafiadores socioeconomicamente do Brasil. Comemorado com cultos, festivais de música gospel e palestras, o dia é um marco de valorização da contribuição evangélica no combate às mazelas sociais, no incentivo à cidadania e no apoio aos mais vulneráveis.

 

Segundo a Associação Pró-Evangélicos do Brasil e Exterior (APEBE), o Amapá possui cerca de 2 mil templos evangélicos e uma comunidade de aproximadamente 241 mil pessoas, representando 28% da população. Esse crescimento, reflexo da atuação de igrejas e projetos sociais, posiciona os evangélicos como agentes de transformação, levando assistência espiritual e material a locais onde o Estado raramente alcança.

 

A presença evangélica nas regiões mais esquecidas do Amapá

A expansão das igrejas evangélicas no Amapá é notável, especialmente nas comunidades ribeirinhas, distritos isolados e aldeias indígenas. Nessas localidades, onde escolas, postos de saúde e delegacias muitas vezes inexistem, as igrejas se tornam o único ponto de apoio para moradores que enfrentam o abandono estatal. Pastores e missionários dedicam suas vidas a levar não apenas o Evangelho, mas também iniciativas concretas de assistência social.

 

Um exemplo eloquente é o projeto Valorizando Vidas, coordenado pelo pastor Gesiel Oliveira, vice-presidente da Convenção da Assembleia de Deus Zona Norte do Amapá (COMADEZON). Criado há 8 anos, o projeto atua em escolas, associações e igrejas, promovendo teatro, música e palestras com o objetivo de combater a depressão e o suicídio, especialmente entre jovens. A atuação de iniciativas como essa é crucial: índices de suicídio entre populações ribeirinhas e indígenas, que antes eram alarmantes, têm diminuído significativamente com a presença das igrejas.

 

O impacto vai além. A Assembleia de Deus “A Pioneira”, a maior do estado, realiza missões entre indígenas, respeitando suas culturas e promovendo inclusão social. Relatos apontam uma drástica redução nos índices de violência e suicídio em tribos que receberam apoio espiritual. “O trabalho é silencioso, mas transforma vidas”, explica o pastor Gesiel.

 

Um trabalho social que impacta toda a sociedade

As igrejas evangélicas no Amapá têm um papel indispensável no fortalecimento social e familiar. Atuam diretamente na redução da violência, no apoio a dependentes químicos, na ressocialização de presidiários e no estímulo a atividades culturais, como música e teatro. Essas ações não apenas salvam vidas, mas também promovem cidadania e dignidade em comunidades marcadas pela vulnerabilidade.

 

O alcance dessas iniciativas é evidente. Segundo estudos locais, distritos onde as igrejas evangélicas têm presença forte registram quedas nos índices de criminalidade e maior engajamento da população em atividades educativas e culturais. Esse impacto é reconhecido por especialistas como um alívio ao sistema público, já que igrejas muitas vezes assumem responsabilidades que deveriam ser do Estado.

 

A importância do Dia do Evangélico

Para o movimento evangélico, o Dia do Evangélico não é apenas uma data comemorativa, mas uma oportunidade de mostrar o impacto positivo da fé na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Em um estado onde os desafios são imensos, os evangélicos se destacam como um pilar de esperança e transformação.

 

Além disso, a data também serve como reconhecimento oficial à importância desse segmento, que cresce a passos largos e já representa quase um terço da população amapaense. Trata-se de um momento de reflexão e valorização de um movimento que, mesmo enfrentando desafios, segue firme na missão de levar luz às áreas mais escuras do estado.

 

Uma visão de futuro: o avanço evangélico no Amapá

As igrejas têm demonstrado que a transformação de comunidades não depende apenas de grandes investimentos, mas de presença, compromisso e amor ao próximo. O Dia do Evangélico é um símbolo dessa dedicação. Representa o reconhecimento de um trabalho que não busca glória, mas resultados tangíveis na vida de quem mais precisa. Em cada culto, ação social ou projeto missionário nas comunidades ribeirinhas mais distantes ou tribos isoladas, os evangélicos escrevem uma história de superação, fé e cuidado, mostrando que, mesmo nos lugares mais esquecidos, a esperança pode florescer.










































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