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Oiapoque: a nova Dubai do petróleo brasileiro e o que esperar dos novos rumos do Amapá


Imagine um estado esquecido nos confins da Amazônia, onde a miséria rasteja como cipó selvagem e o futuro parece tão distante quanto o horizonte do Oiapoque. Agora, visualize esse mesmo rincão se transformando em um Eldorado energético, com royalties jorrando como óleo cru e Oiapoque eclipsando Macaé, a outrora rainha do petróleo fluminense. Não é ficção utópica de um panfleto esquerdista, mas a realidade palpável que desponta com a autorização concedida pelo IBAMA, em 21 de outubro de 2025, para a Petrobras perfurar o bloco FZA-M-59 na Bacia da Foz do Amazonas. Em águas profundas, a 175 km da costa amapaense e 500 km da foz do Amazonas, essa licença não é mero carimbo burocrático: é o estopim de uma revolução econômica, que o povo do Amapá sonha há décadas.





Estamos diante de um marco, uma vitória do bom senso. Após anos de entraves, o IBAMA, sob pressão técnica, da opinião pública e política, aprovou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), que incluiu 65 reuniões em mais de 20 municípios do Amapá e Pará, três audiências públicas e uma Avaliação Pré-Operacional (APO) com 400 profissionais. A Petrobras, com sua expertise em perfuração offshore, garantiu estruturas de contenção de vazamentos robustas, incluindo três embarcações dedicadas à fauna e um centro de despetrolização em Oiapoque. É o oposto do catastrofismo: tecnologia avançada, não proibições hipócritas. E o timing? Às vésperas da COP30 em Belém, o Brasil reafirma sua liderança energética sem mendigar migalhas aos salões europeus de Davos que estarão ostentando seu glamour em Belém em novembro neste evento que tem como principal objetivo combater a expansão do uso do petróleo em todo mundo, com a velha justificativa de “salvar o planeta contra as mudanças climáticas”.

Nada se compara

Mas vamos aos números crus, que desmascaram o passado anêmico do Amapá e iluminam o potencial explosivo do petróleo. Nenhum empreendimento histórico no Estado, nem a ICOMI, com sua extração de manganês por quase 50 anos, nem o ambicioso Projeto Jari,  se compara ao que vem pela frente com a exploração petrolífera. A ICOMI, parceria com a Bethlehem Steel americana, investiu cerca de US$ 500 milhões (em valores de 1994, equivalentes a uns R$ 3 bilhões hoje) entre 1957 e 1994, extraindo 60 milhões de toneladas de minério e gerando royalties modestos de US$ 130 milhões ao governo estadual, uns R$ 780 milhões ajustados. Foi um sopro industrial: construiu a Estrada de Ferro do Amapá, o porto de Santana e cidades como Serra do Navio, em uma época de legislações ambientais quase inexistentes. Mas falhou em diversificar, deixando um legado de contaminação por arsênio e falência em 1997, sem royalties perenes para o povo.

O Projeto Jari, iniciado em 1967 pelo bilionário americano Daniel Ludwig, prometia integrar florestas, agricultura e mineração em 1,5 milhão de hectares entre Amapá e Pará. Investimentos iniciais superaram US$ 1 bilhão (R$ 6 bilhões atuais), mas royalties ambientais e fiscais mal ultrapassaram R$ 200 milhões anuais nos picos dos anos 1980, diluídos em falências e resgates corporativos. Jari produziu celulose e caulim, mas sucumbiu à burocracia e ao desmatamento mal gerido, gerando mais polêmica que prosperidade, um lembrete de como utopias estrangeiras evaporam sem raízes que efetivem um projeto econômico paralelo de longo prazo para quando a atividade exploratória fosse conclu
ída.



O potencial petrolífero amapaense em números

Agora, o petróleo da Foz do Amazonas com reservas estimadas em 16 bilhões de barris recuperáveis, com estimativas de cerca de 5,6 bilhões de barris de petróleo só na costa do Amapá, segundo o Itaú BBA, podendo inflar as reservas nacionais em 34% e as da Petrobras em 58%. Com um barril custando hoje US$ 85 (R$ 458), isso equivale a R$ 2,66 trilhões em valor bruto, um múltiplo de 4.800 vezes os royalties da ICOMI! A Petrobras está alocando US$ 6 bilhões de investimentos até 2029 (R$ 32 bilhões) no Plano 2025-2029 para a Margem Equatorial, com perfuração de 16 poços em cinco anos. Royalties iniciais, com produção de 1,1 milhão de barris/dia, podem somar R$ 10,7 bilhões ao PIB amapaense, criando 326 mil empregos nacionais e 53,9 mil locais, conforme o Simulador de Impacto da CNI. O Amapá, hoje o terceiro mais pobre (PIB per capita de R$ 28 mil, contra R$ 50 mil nacional), saltará para o topo proporcional: imagine R$ 175 bilhões em PIB extra e R$ 11,23 bilhões em arrecadações indiretas. Oiapoque, com seus 25 mil habitantes, desponta como a "nova Macaé": lá, royalties de R$ 1,44 bilhão em 2022 sustentam 40% da economia local; aqui, o hub logístico offshore (aeroporto, porto e treinamento) pode multiplicar isso por dez, desbancando o Rio como epicentro petrolífero.


O petróleo faz “milagres”

E o impacto transfronteiriço? Tão avassalador que, em junho de 2025, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou o fim da exigência de visto para brasileiros na Guiana Francesa. Motivo? A euforia econômica amapaense, com fluxos de trabalhadores e comércio, pressiona a fronteira Oiapoque-Saint-Georges e os franceses abriram as fronteiras para que os petrodólares do Oipoque também sejam despejados no mercado de Caiena e Kourou. Antes, 32 mil habitantes na ponte binacional enfrentavam filas em Brasília; agora, sem visto, turismo, negócios e parcerias explodem, integrando a "nova fronteira energética mundial".


Previsão

Com tecnologia de perfuração horizontal e injeção de CO2 para captura de carbono (reduzindo a pegada em 20%), a exploração durará 40-50 anos, alinhada à transição energética global. A Petrobras deve iniciar a produção em 2027, com pico em 2040, garantindo autossuficiência além do pré-sal declinante.

Mas nem tudo é óleo lubrificando o progresso. No dia 22 de outubro, as entidades ambientalistas WWF, Greenpeace e Observatório do Clima, financiadas por ONGs internacionais que pregam a "descarbonização radical" enquanto voam em jatos privados e se hospedam nos hotéis mais caros do mundo, ingressaram com ação na Justiça Federal do Pará, pedindo suspensão imediata da licença. Seu manifesto é um circo imaginário de absurdos, que reforça o viés ideológico e manipulador desses grupos, mais interessados em narrativas globais que em empregos locais, propõem três argumentos risíveis:

  1. Consulta indígena "incompleta": Alegam descumprimento da Convenção 169 da OIT, ignorando as 65 reuniões técnicas e audiências que envolveram comunidades quilombolas e indígenas. Absurdo: como se o Amapá, com 74% de território protegido, 97% de suas florestas primárias totalmente preservadas, não consultasse seus 20 mil indígenas. Isso é puro suco de paternalismo verde ideológico, tratando nativos como incapazes de debater royalties que os enriqueceriam.
  2. Modelagens "frágeis" para vazamentos: Criticam simulações de dispersão de óleo, apesar das boias de deriva do Greenpeace confirmarem que os riscos de acidentes são mínimos pois as correntes marítimas correm para o Atlântico Norte e não dentro da Foz do Rio Amazonas, como eles tanto desejavam. Hipocrisia: o Brasil já opera 150 plataformas sem catástrofes, graças a protocolos rigorosos da Petrobras.
  3. Ignorar "impactos climáticos": Exigem avaliação cumulativa de emissões, como se o petróleo brasileiro, com menor pegada de carbono que o saudita, não fosse essencial para a transição. Enquanto isso a COP30 propõem pauperizar o Norte enquanto o Norte global emite 80% do CO2 no mundo.

Essas ações não são defesa ambiental; são sabotagem ideológica, financiada por bilionários que exploram lítio na África sem pudor, enquanto o meio ambiente no Brasil se preserva com prosperidade e tecnologia do Agro, e não por proibições ambientalistas que empobrecem a nação.

Por fim, o petróleo trará de volta os filhos pródigos dos amapaenses. Em 2022, 74,2 mil amapaenses viviam no Sul (dobro de 2010), fugindo para Santa Catarina e São Paulo em busca de empregos. Com 326 mil vagas geradas, o êxodo reverterá: imagine a quantidade enorme de amapaenses em Florianópolis retornando para o Amapá, onde salários offshore dobram a média local de R$ 2 mil pagos no sul. Não é caridade socialista; é o capitalismo em sua mais pura essência, recompensando o trabalho duro.

 

O que o povo do Amapá deve fazer para se preparar para esse Tsunami dos petrodólares?

O Amapá está às vésperas de um tsunami econômico, com o petróleo da Bacia da Foz do Amazonas prometendo transformar Oiapoque no epicentro energético do Brasil. Mas a riqueza não cai do céu como chuva amazônica, exige preparo, suor e visão de futuro. A autorização do IBAMA em 21 de outubro de 2025 abriu as porteiras para bilhões em royalties e milhares de empregos, mas o povo amapaense precisa calçar as botas, arregaçar as mangas e se capacitar para não ser mero espectador dessa revolução. Este não é momento para o ócio subsidiado por expectativas de projetos sociais, o petróleo é a chance de ouro para o Amapá deixar de ser o “patinho feio” do PIB nacional e voar como águia soberana. A pergunta é: está o amapaense pronto para agarrar essa oportunidade?

 

Qualificação: O alicerce do progresso do povo amapaense

A transformação exige qualificação estratégica. A Petrobras, com seu plano bilionário de investimentos até 2029 na Margem Equatorial, projeta 53,9 mil empregos diretos no Amapá, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). 60% dessa demanda exige alta especialização, técnicos em automação, engenheiros de reservatórios, operadores de sondas e especialistas em logística offshore. A média salarial no setor petrolífero é de R$ 12 mil, seis vezes o salário médio local de R$ 2 mil. Mas, sem formação, o amapaense corre o risco de ver sulistas e cariocas ocuparem os melhores cargos, enquanto ele fica com as sobras. É hora de investir em si mesmo, com a disciplina que todo conservador preza, para garantir que a riqueza do petróleo fique no solo amapaense.

 

Cursos técnicos: A base operacional

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Amapá, em parceria com a Petrobras, anunciou em 2025 a abertura de 2 mil vagas gratuitas em Macapá e Santana para formações em mecânica de plataformas, soldagem subaquática e operação de ROVs (veículos operados remotamente). Esses cursos, com duração de 6 a 18 meses, preparam para certificações internacionais como a API Spec Q2, exigida em operações offshore. O SENAI projeta que um técnico em automação offshore pode ganhar R$ 8 mil iniciais, com progressão para R$ 20 mil em cinco anos. Jovens de Oiapoque, onde será o hub logístico, devem correr para essas vagas: a cidade terá um centro de treinamento da Petrobras com simuladores de perfuração, previstos para 2027. Inscrições já estão abertas no site do SENAI-AP, com 70% das vagas reservadas para residentes locais, uma política empreendedora de priorizar o povo da terra.

 

Educação superior: O diferencial estratégico

Para os mais ambiciosos, graduações e pós-graduações são o diferencial na área de engenharia do petróleo. Cursos de curta duração, como gestão de cadeias logísticas e segurança em operações offshore, também estão disponíveis são muito requisitados. Para quem já tem formação, pós-graduações em geociências ou engenharia de reservatórios, são boas pedidas, com foco em tecnologias como injeção de CO2 para captura de carbono. Essas áreas, segundo a ANP, terão demanda crescente até 2030, com salários que podem ultrapassar R$ 30 mil mensais. O idioma inglês é a ponte para o mundo do petróleo. Idiomas são vitais! O inglês técnico é pré-requisito em 85% das vagas offshore, segundo a Abespetro.

 

Empreendedorismo

O preparo vai além da sala de aula. O espírito empreendedor deve pulsar. O petróleo trará cadeias produtivas, de alimentação a transporte, que demandarão pequenas empresas. O Sebrae-AP planeja capacitar 5 mil empreendedores até 2028, com cursos de gestão financeira e logística portuária. Um exemplo: restaurantes em Oiapoque podem lucrar fornecendo marmitas para trabalhadores offshore, com faturamento médio de R$ 50 mil/mês por contrato. Mulheres, que representam 52% da população amapaense, têm oportunidades em cooperativas de costura para uniformes técnicos, com o Sebrae oferecendo microcrédito de até R$ 20 mil. É o livre mercado em ação, premiando quem se antecipa.

 

O tempo urge

Um alerta porém, o tempo é curto. A primeira produção está prevista para 2028, mas a construção de toda a infraestrutura já começou. Quem não se qualificar agora ficará à margem, assistindo à prosperidade como quem vê navios ou, melhor, plataformas. Amapá, desperte! Esse óleo não é maldição verde, mas bênção de Deus para um povo sofrido garantindo soberania, riqueza e melhoramento de qualidade de vida. Que o IBAMA resista ao canto das “sereias encantadoras ambientalistas”, e que Oiapoque brilhe como o novo farol de prosperidade econômica do Brasil. O futuro do Amapá não depende de ambientalistas  ativistas e sim da exploração petrolífera que se transformará em riqueza na vida de um povo sofrido que espera que essa porta redentora se abra há tanto tempo.



Gesiel de Souza Oliveira
, Especialista em Geopolítica Mundial, Pós-graduado em Direito Constitucional, escritor, colunista e analista de político

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