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O evangélico não deve se envolver em política? (Por Gesiel de Souza Oliveira)

"Há tempo de orar, há tempo de agir e há tempo de esperar,
estamos no tempo de fazer os dois primeiros e esperar
que as mudanças que sonhamos venham".

O que temos visto nas últimas décadas é um crescimento quantitativo dos evangélicos, mas em termos de expressão e representação, uma estagnação ou até mesmo um retrocesso. Somos muitos (quase 50 milhões de evangélicos no Brasil) mas pouco ou quase nada, em termos de representação legislativa. A grande mídia vem sistematicamente servindo como plataforma para propalar os ideais do liberalismo anticristão, um processo que ganha força a cada dia: o “estereótipo do evangélico alienado da politica”. Isso tem ajudado a explicar porque tanta gente critica a representação na política por parte de membros ou pastores de igrejas em todo o Brasil. Por outro lado, existem mais de 900 projetos de lei tramitando só no âmbito do congresso nacional, que afrontam a igreja, princípios cristãos, família, casamento, liberdade religiosa, de expressão, descriminalização do uso de entorpecentes, aborto, projetos de leis para que a igreja passe a ser fiscalizada pelo MP e TC, minimização dos decibéis dos sons emitidos pelo culto religioso durante o período noturno, cartilhas sobre orientação sexual para crianças da pré-escola, dentre outros. Todos os segmentos sociais possuem representação nas casas de leis, tais como maçons, médicos, advogados, engenheiros, odontólogos, umbandistas, fazendeiros, etc, e mesmo assim continuamos na velha "estória" alimentada pela esquerda liberal, de que é um "acinte um crente falar ou se envolver em política". Essa anacrônica ideia ardilmente alimentada, de que não podemos misturar religião e política, tem seus fundamentos em movimentos contrários a ampliação da representação evangélica no Brasil. A ideia de que todo mundo pode concorrer a um cargo político menos o "crente" ou "pastor", pois não podem se envolver porque isso é "coisa do diabo", porque é "pecado", porque não podemos misturar o "santo com o profano", dentre outros infundados argumentos. A Bíblia mesmo nos recomenda transformar o mundo em nossa volta com base na experiência transformadora que tivemos, é o que se extrai de Romanos 12.2: " não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento". Diz também as Sagradas Escrituras em João 1:5 que "a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela". Dessa forma, compreendemos que a política está desse jeito por causa da nossa histórica omissão, por causa de um sistema corrupto arraigado na mentalidade do brasileiro que vota em troca de favores, cargos, benefícios ou dinheiro. O reino das trevas é construído sobre mentiras, segredos, descaminhos e escuridão. Ele exige a ausência de luz para que sobreviva e se perpetre. Por isso seus asseclas tem difundido o que lhes é mais interessante. Todos as categorias sociais tem representação, mas quando se fala de representação evangélica, logo aparece alguém nos atacando, como se fôssemos "seres espiritualizados", seres "angelicais" alheios às mudanças em nossa volta, desconectados da realidade social e política que nos cerca e que nos oprime por meio de leis elaboradas por segmentos que perseguem a igreja. Pura "baboseira" liberal, barata, marxista e ateia, que só engole quem não conhece as perversas nuances da política anticristã que se alastra pelos corredores de Brasília, insuflado pelas minorias ultra-liberais muito bem representadas no congresso nacional. É tempo de despertar. Há tempo de orar, há tempo de agir e há tempo de esperar, estamos no tempo de fazer os dois primeiros e esperar que as mudanças que sonhamos venham com nossas atitudes no dia 05 de outubro. É tempo de acordar, um despertar cidadão e cristão, cônscios de seus deveres, direitos e do poder do nosso voto. Aos pastores e membros é sempre de bom alvitre que tenham o cuidado de manifestar o seu apoio como cidadão, nunca comprometendo a igreja, pois devemos ter consciência de que os membros tem livre arbítrio. Somos sim livres para votar em quem quisermos, mas também somos conscientes que se fizermos uma escolha errada, teremos mais quatro anos para continuarmos reclamando e sofrendo por causa de um erro do qual fomos alertados. Minha opinião é de que o pastor pode e deve, como orientador de multidões, apoiar quem tiver condições de representar dignamente nosso povo, mas quem digita na urna é o cidadão. Prefiro votar em candidato indicado pelo meu pastor que tenha uma vida digna, respeitável e que possua condições de falar pelo nosso segmento, que votar em alguém que vá representar os interesses de um partido, de um grupo sem compromisso com família, Bíblia e os princípios cristãos e que ao final vá votar contra o nosso povo nos projetos de leis que nos afetem. É um engano ficarmos esperando que as coisas mudem sem que nossas atitudes e nossa mentalidade mudem primeiro, e é o que tenho observado, e que o povo evangélico vem fazendo, mudando a sua mentalidade, dando pouco ouvido a quem não deseja que tenhamos representação, e fazendo a mudança que precisamos para um Brasil melhor.

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