Hoje meus 3 filhinhos experimentaram pela primeira vez a boa sensação de ajudar uma pessoas desconhecida e desamparada. Estávamos em um restaurante hoje à noite, eu, minha esposa e meus três filhos. O mais velho de 13 anos, Gabriel, já havia comido alguma coisa antes de sairmos de casa e já estava sem apetite. O do meio, o Miguel, de 9 anos, estava, como sempre, com seu livro lendo, e a menor, a Larissa, de 6 anos, estava conversando e contanto tudo o que havia acontecido na sua escola hoje. Foi uma noite com uma temperatura amena, clima legal e agradável em família. Estávamos dando risadas, e eis que surge uma senhora, com visíveis problemas mentais, com fissura de lábio leporino, com roupas surradas, e se aproximou de nós, e ficou nos olhando. A primeira impressão que eu tive foi que ela iria pedir dinheiro ou vender alguma coisa. Mas ela nos olhou com um olhar diferente. Ela simplesmente nos pediu comida. Era um pedido irrecusável. Ela disse que estava com muita fome. E seus olhos deixavam evidente isso. Imediatamente minha filhinha Larissa a convidou para sentar conosco na nossa mesa, e em seguida lhe deu um copo de refrigerante. O Gabriel, logo lhe ofereceu todo o seu intacto prato de comida. Uma atmosfera de silêncio e empatia tomou conta de nós naquele momento. Meu filho Miguel perguntou a mim se eu tinha alguma quantia em dinheiro para dar a ela. E ele mesmo deu. De repente toda minha família estava comovida e olhando pra ela comer aquele prato com tanta vontade. Mandei pedir mais um prato completo e ofereci àquela sofrida e desamparada senhora. Ela se engasgava enquanto nos agradecia com a boca cheia de comida. Os olhinhos da minha filhinha marejaram em lágrimas diante daquela cena. Talvez fosse a única refeição que ela tivesse feito hoje. Meus filhinhos voltaram sorrindo ao carro de retorno para nossa casa, alegres e com os seus corações cheios do verdadeiro sentimento de fraternidade. Foi tão pouco o que fizemos por aquela mulher, mas como um beija-flor, que enche seu pequeno bico de água lá no rio e volta para jogar sobre um incêndio tentando ajudar, fizemos a nossa parte naquele momento, com o que estava ao nosso alcance. Sei que a vida ainda guarda muitas lições para os meus filhos, mas a lição hoje foi aprendida. E tenho certeza será guardada em seus pequenos corações para sempre, a ordenança de Jesus Cristo estampada em Mc 12.31 “Amar o próximo como a ti mesmo”; “Porque tive fome, e me deste de comer; tive sede, e me deste de beber” Mt 25:35.
44 anos do Naufrágio do Novo Amapá, o maior naufrágio da história do Brasil. Todo mundo já ouviu falar sobre a história do Naufrágio do Barco Novo Amapá, mas quase ninguém conhece as histórias que naufragaram junto com ele. Hoje quero compartilhar com vocês um pouco sobre uma destas tantas. A história de amor que aquele naufrágio levou junto. A história do casal Odivaldo Ferreira de Souza (mais conhecido como Tio Filho) e Célia Lúcia O. Monteiro, uma maranhense que a época residia em Beiradão, atual Vitória do Jari. Filho e sua esposa Célia Ele trabalhava na empresa Jari Celulose, sexto filho de uma família de 9 irmãos, filhos da Dona Maria Lindalva Ferreira de Souza (hoje com 90 anos) e Seu Paulo Coutinho de Souza (87) que até hoje moram na Av Marcílio Dias no bairro do Laguinho. Eu tinha apenas 3 anos de idade a época do fato, e ainda tenho uma foto ao lado deste meu tio tão querido por todos . O Barco Novo Amapá partiu às 14h do dia 06/01/1981 rumo ao Vale do Jari. A trag...
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