O relatório bombástico apresentado pela comissão do congresso americano que revelou as arbitrariedades e excessos contra a liberdade de expressão em curso no Brasil.
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Para baixar a íntegra do documento da
denúncia do Congresso Americano com 541 páginas digite: https://encurtador.com.br/lzAEJ
Tudo começou
quando no dia três de abril os jornalistas Michael Shellenberger e David Ágape
apresentaram denúncias na Rede X sobre o que ficou conhecido com os “Twitters
files” uma série de arquivos mostrando as arbitrariedades cometidas contra a
liberdade de expressão no Brasil. No dia seis de abril Elon Musk liberou as
contas bloqueadas no X. No dia sete o ministro Moraes incluiu Musk no Inquérito
das milícias digitais e estipulou multa diária de R$100 mil. Dia dez o
representante do X no Brasil renunciou. Dia dezessete Moraes determinou
depoimentos de representantes do X na PF e a Comissão de Assuntos Judiciários
da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgou um relatório de 541 páginas
com várias decisões arbitrárias conduzidas por Moraes contra a liberdade de
expressão e democracia no Brasil, mandando banir o perfil de cerca de 150
influenciadores conservadores. Isso caiu
como uma bomba em Brasília.
Como uma
metáfora evocativa da saga de Prometeu na mitologia grega, onde o titã ousou
desafiar os deuses em busca de conhecimento e verdade, o recente relatório da
Câmara dos EUA lança luz sobre um vasto cenário de decisões secretas envolvendo
o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento
retrata uma paisagem complexa de restrições à liberdade de expressão e atuação,
envolvendo cerca de 150 perfis em redes sociais que foram removidos, além de
outros 300 sob ameaça direita de perseguição e censura.
Antes de
iniciar esse polêmico assunto, precisamos saber que é Elon Musk que está
desafiando as ordens arbitrárias de um ministro do supremo que avocou para si
tanto poder? Elon Musk sozinho tem mais de 6 mil satélites em órbita da Terra,
ou seja, tem mais satélites que os 22 países da Europa juntos. Dos 10.900
satélites em órbita da terra atualmente, 6 mil pertencem a Musk. Ele é
proprietário da Tesla, que é talvez a mais conhecida das empresas de Musk,
focada em veículos elétricos automatizados e energia sustentável. Em 2021, a
Tesla foi avaliada em cerca de US$ 700 bilhões. Musk também é dono da empresa
SpaceX, que é pioneira no campo da exploração espacial comercial e foi avaliada
em quase US$ 150 bilhões após uma oferta pública de compra em junho de 2023. A
Neuralink, fundada por Elon Musk, é uma empresa que trabalha no desenvolvimento
de interfaces cérebro-computador (ICC). O principal produto da empresa é um
chip cerebral projetado para criar uma conexão direta entre o cérebro humano e
computadores. O objetivo é ajudar pessoas com deficiências ou lesões
traumáticas a recuperarem a capacidade de se mover, se comunicar, operar
dispositivos eletrônicos e até mesmo restaurar a visão, tato e audição. Musk
também é o dono da rede social X (antigo Twitter) que adquiriu em abril de 2022
por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 228 bilhões). Musk também é dono da Boring
Company, empresa que foi criada com o objetivo de combater o trânsito por meio
de escavações e gigantescos túneis para vias expressas. Em abril de 2022, a
Boring Company foi avaliada em US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 29 bilhões), além
dessas, há várias outras empresas comandadas por Musk ou com ações e
investimentos dele. Musk tem mais de 181 milhões de seguidores somente no X. É
o único ser humano que tem um contrato de troca de tecnologia com a NASA. Elon
Musk tem uma fortuna hoje de mais de R$1,2 trilhão. Então Moraes comprou uma
briga com alguém que detém muita informação, dinheiro e poder.
Essas
decisões, baseadas em parte em resoluções criadas pelo próprio Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) pouco antes do segundo turno das eleições de 2022,
suscitam debates sobre a relação entre poder judicial e liberdade de expressão.
A narrativa traçada pelo relatório destaca a abrangência das medidas, que
atingem não apenas membros do legislativo, mas também jornalistas,
influenciadores, juízes, pastores e até mesmo artistas populares, delineando um
cenário onde vozes críticas ao governo enfrentam silenciamento seletivo.
O congresso americano expediu um documento denominado de "O ATAQUE À LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO EXTERIOR E O SILÊNCIO DO GOVERNO BIDEN: O CASO DO BRASIL" onde no tópico 23, página 5 desse documento, informa que "este Comitê emitiu uma intimação à XCorp para documentos e registros relativos aos recentes esforços do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal no Brasil para obrigar a empresa X a censurar contas de mídia social no Brasil. Os documentos e registros intimados revelam que, pelo menos desde 2022, o Supremo Tribunal Federal no Brasil, no qual Moraes atua como ministro, e o Tribunal Superior Eleitoral no Brasil, liderado por Moraes, ordenaram que a XCorp suspendesse ou removesse quase 150 contas de influencers conservadores famosos e com milhões de seguidores, na popular plataforma de mídia social. Essas demandas de censura eram direcionadas especificamente a críticos do governo brasileiro: membros conservadores do Legislativo federal, jornalistas, membros do Judiciário e até mesmo um cantor gospel e uma rádio pop – em outras palavras, qualquer pessoa com uma plataforma para criticar o governo de esquerda no poder. A corte brasileira, especificamente Moraes, justificou a censura sob o argumento de que "é necessário, apropriado e urgente impedir a possível disseminação de discurso de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática por meio do bloqueio de contas nas redes sociais".
As determinações era dadas em lotes sempre com os mesmos despachos: "ordene também as seguintes medidas": a emissão de uma ordem para as companhias Facebook e Twitter, para que, no prazo de 2 (duas) horas, bloqueiem imediatamente o canal/perfil/conta abaixo listados, bem como quaisquer grupos gerenciados pelos usuários abaixo identificados, sob pena de multa diária de R$ 100.000,00 (cem mil reais), com o fornecimento de seus dados cadastrais a este Supremo Tribunal e a preservação integral de seu conteúdo". Ao final das determinações da suspensão de cada perfil, estava escrito sempre a mesma coisa: "Tendo em conta o carácter confidencial destes processos, devem ser tomadas medidas para os mantê-los assim".
As implicações dessas ações judiciais ressoam com a lenda de Prometeu, que, ao tentar trazer a luz do conhecimento à humanidade, foi severamente punido. Da mesma forma, os relatos indicam que membros conservadores do legislativo federal, jornalistas e outras figuras com uma plataforma crítica ao governo foram alvos dessas decisões. A referência a uma campanha de censura no Brasil e um estudo de caso sobre como governos podem justificar restrições à liberdade em nome de combater "discurso de ódio" e "subversão da ordem" são aspectos que merecem consideração e debate aprofundado.
Outro exemplo de arbitrariedade, foi o caso do influenciador, podcaster e youtuber, Bruno Aiub Monteiro, conhecido como “Monark”, foi censurado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), por criticar justamente a censura supostamente praticada pelo ministro. O documento cita o bloqueio das contas de Monark, determinado por Moraes, sob a alegação de que o influenciador teria divulgado “notícias fraudulentas” sobre ações do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O documento cita o bloqueio das contas de Monark onde Moraes determina que se trata de um "afastamento excepcional de garantias individuais" dando ordens para remover conteúdo e bloquear contas nas redes sociais. No entanto a Constituição brasileira define claramente as cláusulas pétreas que não podem ser objeto nem mesmo de emendas ou projetos de lei. Essas incluem a forma federativa do Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos poderes, e os direitos e garantias individuais. Ou seja, a lei não garante a supressão dos direitos e garantias individuais, com exceção de estado de sítio e estado de defesa.
O debate em torno dessas questões é emblemático e reflete tensões subjacentes à governança democrática no Brasil. Há uma crescente percepção de que as ações tomadas pelas autoridades podem ameaçar princípios fundamentais da democracia, incluindo a liberdade de expressão e o direito à oposição. O documento enfatiza a necessidade de discutir as consequências dessas decisões, que se baseiam na interrupção de discursos considerados prejudiciais à ordem democrática. Entretanto, tal postura também levanta questões sobre a integridade do direito à liberdade de expressão e sobre como encontrar um equilíbrio entre garantir segurança e preservar os princípios fundamentais da democracia.
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