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O tempo não espera (Por Gesiel de Souza Oliveira)



Reclamamos e dizemos que nossa vida não muda, não melhora, que tudo o que desejamos não dá certo, esquecemos de onde viemos e para onde vamos. Queremos sempre mais e mais. Esquecemos de olhar para baixo, nessa escada longa que subimos. Estamos sempre olhando para cima. Acabamos esquecendo de quem segurou essa escada da nossa vida para que nós pudéssemos subir. Comemos, bebemos, trabalhamos, dormimos e permanecemos a reclamar sem sequer lembrar de quem nos deu a mão no momento em que mais precisávamos. Queremos sempre que as coisas mudem para melhor em nossas vidas, mas estamos indiferentes a quem realmente precisa e que sempre esteve perto de nós. Nossa ganância não nos permite mais sentir a dor, sentir a necessidade e as dificuldades dos que nos deram a mão lá no começo de tudo. Temos sempre uma justificativa pronta para retirar a culpa de nossas costas, para fechar os olhos para o que está patente à nossa frente, para nos omitirmos quando poderíamos agir. Esperamos que as coisas mudem, sem que nossas atitudes mudem. Perdemos muito tempo fazendo o dispensável e deixando pra depois o indispensável. Queremos, mas estancamos na vontade. Começamos e paramos constantemente, pois invertemos a ordem de prioridades. A ingratidão não tem memória. Quem costuma fazer o bem deve estar disposto a encarar a ingratidão, a falta de reconhecimento e o desprezo, sem perder a sua boa natureza. É interessante que a pessoa que sempre faz o bem, mesmo que sofra uma decepção, não mudará sua natureza, em estar sempre disposto a ajudar. Queremos que as mãos sempre estejam estendidas em nossa direção, mas nos negamos a estender a mão para quem precisa. Não somos capazes de lembrarmos do que comemos ontem, da data do aniversário do nosso filho, de nossos compromissos com a nossa família, de lembrar se aquela pessoa que nos ajudou tem algo para comer, beber ou vestir, mas nunca esquecemos de nenhum detalhe que envolva o nosso dinheiro, créditos, patrimônio, trabalho e outras trivialidades que nos desnorteiam de nossas metas e nos fazem perder a sensibilidade com o próximo. A crise de prioridades começa quando passamos a valorizar mais quem não nos valoriza e esquecer de quem sempre se importou conosco. A pior crise de prioridades é valorizar quem nos despreza e desprezar quem sempre nos valorizou. Ficamos parados e anestesiados pelo individualismo, pela falsa ideia que o nosso dinheiro nos proporciona. Deixamos de conversar, interagir, sentir, ver, experimentar, e por fim, de viver. Essa condição leva pra longe de nós um belíssimo sentimento: a empatia, que é aquela sensibilidade que nos permite nos imaginarmos, nos colocarmos no lugar de outra pessoa. Refiro-me à capacidade psicológica de sentir o que sentiria uma outra pessoa, caso estivéssemos na mesma situação vivenciada por ela. A ausência do cultivo desse sentimento nos torna mais insensíveis e vazios a cada dia. Para ao final chegarmos a conclusão de que poderíamos ter feito mais. Trocamos a ordem natural das coisas, supervalorizando o fútil e subvalorizando o imprescindível. Deixamos de participar da vida de quem sempre nos amou, seja por falta de tempo, seja por desorganização, seja pelo individualismo, seja pela ingratidão. E tudo de forma que nem percebemos a “inversão de valores”, a “crise de prioridades”, que nos trazem efeitos permanentes e irretroativos. O “estalo” acontece quando nos sobrevém os efeitos de tudo aquilo que plantamos. Normalmente esse “estalo” costuma acontecer tarde demais. Quando queremos aproveitar a vida que passou e não volta mais. Quando olhamos as fotos e percebemos o quanto perdemos dos bons momentos ao lado daquela pessoa. O quanto poderíamos ter feito mais por ela. Mas aí já será tarde demais para fazer o que deveria ter sido feito. Para aproveitar o que deveria ter sido aproveitado. Para viver o que deveria ter sido vivido. Enfim, a verdadeira essência de uma vida feliz e abençoada, reside em saber fazer o bem indistintamente, não nos esquecendo daqueles que nos estenderam a mão no momento em que mais precisamos. A vida é como uma roda gigante, horas estamos lá embaixo, horas estamos lá no alto. A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira. Valorize no tempo certo para que a vida não te obrigue a valorizar no tempo errado.

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